Sunday, March 25, 2007

Mais trivialidades e choques culturais!

Seria de esperar que à medida que a minha experiência por terras de sua majestade se desenrolava, mais hábitos dos ingleses eu teria para contar. Hoje quero contar-vos algumas das situações que me deixam mais desconfortável nesta terra. Quero no entanto salientar que estas situações não se devem generalizar ao povo inglês no seu todo.

- Dar um aperto de mão pode ser pouco higiénico.

Pois é…não serão todos, e com certeza que em Portugal também os há, mas parece que pelo menos que aqui é mais frequente não lavar as mãos depois da habitual mijinha na casa de banho ou então sou eu que estou a ficar neurótico, também pode ser. De qualquer forma é alarmante ver os gajos entrarem nos sanitários, sacarem do dito, fazerem pontaria, verterem águas, sacudirem, voltarem a metê-lo lá dentro e saírem porta fora!

- Amena cavaqueira lado a lado nos mictórios

Por falar em casas-de-banho, outra situação incómoda a que já assisti algumas vezes é o bate-papo entre 2 ou mais indivíduos enquanto dão a sua mijinha no WC. Aliás, já chegaram a meter conversa comigo na zona dos mictórios do tipo “How is it going” ou “Where are you from” ou simplesmente “Hi mate” ...espero que não queira dizer nada de mais. Será que não percebem que aquele é um momento Zen entre o homem e as suas partes mais íntimas?

- “Toilet” or “bathroom”

Ainda a respeito das casas-de-banho…já me tinha acontecido há alguns anos atrás mas voltou a acontecer, estar apertado e perguntar num local público onde fica a “Bathroom” (tradução literal de “Casa de banho”). Erro crasso! Evidentemente que a resposta irónica foi “Mas o senhor quer tomar banho?” Sim ok, já percebi…onde fica a “Toilet” seu energúmeno. Tenho lá culpa que tenham palavras diferentes para “Casa de banho”

- Horários

Que todas as lojas e instituições públicas fecham cedo no Reino Unido, isso eu já sabia. O que eu não sabia é que o horário muda consoante o dia da semana e que as variações entre as lojas são completamente díspares. Mas pior do que isso, e irritante como tudo, é chegar às lojas 10min antes e o segurança fechar a porta na nossa cara. Se um gajo trabalha no meio do bosque até às 18h30 como é possível ir às lojas que fecham entre as 16h e as 17h30 na cidade? Das vezes que consegui sair ligeiramente mais cedo bati sempre com o nariz na porta mesmo que ainda faltassem alguns minutos para a hora oficial de encerramento. Frustrante no mínimo...De resto, há lojas que fecham à hora do almoço, outras fecham às 16h, 16h30m, 16h45m (não estou gozar!!), 17h e por aí fora. Ora, deduzo que os ingleses tenham uma memória extraordinária para conseguirem decorar todos estes horários diferentes…eu vou ter que largar o queijo ou começar a anotar os horários dos locais mais relevantes!

- Batalha nas ruas do Reino Unido!!!

Já tinha sido avisado que alguns ingleses são um pouco violentos e gostam de provocar as pessoas e gerar confusões. Mais uma vez alerto o leitor para o facto de não estar a generalizar mas antes, relatar situações específicas. Não deixa de ser curioso por exemplo o facto de todos os dias ouvir notícias na rádio de gajos esfaqueados ou assassinados um pouco por todo o Reino Unido. A arma do crime preferida continua a ser a “faca”…talvez sejam reminiscências da época do Jack “O Estripador”. E eu que tinha ficado contente por ir parar a um país civilizado! Enfim, uma das notícias que me chamou a atenção em particular foi a de um puto, fascinado por facas e vídeo–jogos, que esfaqueou os amigos vezes e vezes sem conta (um deles levou 20 e tal facadas) para ver o resultado. Não é preciso ser bruxo para adivinhar o que aconteceu aos pobres coitados dos amigos. O rapaz em causa ligou depois calmamente para o número de emergência e pediu ajuda. A rádio passou inclusive a gravação da chamada onde o puto falava com a maior destreza e naturalidade deste mundo, explicando a situação ao pormenor. Não pensem que peguei nesta história e decidi exagerar dizendo que isto se passa todos dos dias. NÃO! Efectivamente ouço diariamente histórias de diferentes pessoas que foram esfaqueadas ou espancadas, e algumas delas foram-me contadas pessoalmente. De resto, com ou sem facas, muitos dos putos aqui são decididamente aberrações, tal a sua tendência para a violência. Já estive com ingleses da minha idade, perfeitamente normais, que desprezam este tipo de gente, os chamados “Chavs”, mas não deixa de ser chocante a frequência de ocorrências destes incidentes. Eu já vi inclusive um grupo de putos a partir a montra de uma loja apenas pela diversão e depois desatar a correr. A maioria das lojas têm avisos onde se pode ler: “Proibida a entrada de grupos de jovens - apenas permitida a entrada de um de cada vez”. Vi também várias “guerras” de restos de comida e bebidas entre os ditos “chavs”. Ou seja, aproveitam tudo o que lhes sobra do almoço, seja o resto de uma banana, de um iogurte ou de um batido do macdonalds para atirarem uns aos outros no meio da rua ou como vi hoje dentro do centro comercial, não perdendo oportunidade de ir provocando os transeuntes. De resto, já me contaram que é normal, sim normal, um grupo de teenagers britânicos atacarem um outro rapaz indefeso apenas por não simpatizarem com a cara dele ou por ser de outra raça. Bom, esperemos que eu não tenha que descolorar o meu cabelo para passar por britânico.

Mini-Dicionário “Slang”

Mais do que se calhar até em Portugal…o calão (“Slang”) é o tipo de linguagem mais usado no dia-a-dia pelos ingleses. Por isso mesmo decidi proporcionar-vos este momento de cultura sublime, partilhando convosco as palavras, algumas das quais desconhecia que habitual-mente são usadas por este povo tão erudito. Ora vejamos :

- Arse-hole - Idiota (o equivalente ao inglês-americano “Ass-hole”
- Aussie - Australiano (não tem uma boa conotação)
- Bimbo – A nossa loura burra (não tem necessariamente de ser loura até porque aqui todas são louras…é simplesmente uma gaja boa mas burra!)
- Bitchy - Mal humorado, mal disposto
- Bloke - Gajo
- Bollocks – Porra, chiça, etc. (literalmente quer dizer “Testículos”)
- Brass monkeys – Tempo frio (literalmente quer dizer “Macacos de bronze”)
- Bugger - Que chatice!
- Chav – Mitra (o nosso típico gajo do boné, calças de fato treino e “téni” nike)
- Dipstick – Idiota, parvo (o equivalente ao inglês-americano “Dipshit)
- Eddress – Endereço de e-mail
- Fag (1) – Homosexual
- Fag (2) – Cigarro (nesta não caio eu outra vez)
- Fit – Sensual, sexy, boa, em forma…
- Fox – Atraente (literalmente quer dizer “Raposa”)
- Go bananas – Passar-se, endoidecer, etc
- Hammered – Bêbado, com uma grande tosga\ piela
- Hole in the wall - Caixa de multibanco (literalmente quer dizer “Buraco na parede”)
- Huff – Mal humorado, mal disposto
- Jack around – Perder tempo
- Kick back – Relaxar e desfrutar
- Knockout – Brasa, bomba, super atraente.
- Nancy (ou “Nancy boy”) - Homosexual
- Pad – Casa
- Pissed - Bêbado, com uma grande tosga\ piela
- Shitfaced - Bêbado, com uma grande tosga\ piela
- Ta – Obrigado (vem de “Thanks”)
- Thick as shit – Estúpido como a m*rd*
- Threads – Roupa, indumentária
- Troll – Uma rapariga feia
- Wicked (uma das palavras mais usadas) - Espectáculo, lindo, brutal, etc…(literalmente quer diz “Malvado”)

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CHEERS – Esta palavra merece destaque especial tal a quantidade de vezes que é empregue diariamente em situações tão distintas. Arrisco a dizer que será a segunda palavra mais usada pelos britânicos a seguir à “f” world. “Cheers” é uma palavra multiusos que pode ser usada na seguintes situações:
- Cheers como “Obrigado” (o “thanks” não é praticamente usado no dia a dia)
- Cheers como despedida tipo “Vemo-nos por aí” ou “Até já” (raramente ouço o bye)
- Cheers como despedida mas em carta ou e-mail informal
- Cheers como “Sáude” quando se faz um brinde por exemplo.

Espero ter contribuído para uma melhoria substancial das vossas culturas ;)

Monday, March 19, 2007

St. Patrick @ Dublin…ouvi dizer

AVISO: Este post foi alvo de censura…

Eu não sei mas ouvi dizer...

Ouvi dizer que o sítio mais louco para se estar no dia 17 de Março é em Dublin.

Ouvi dizer que o dia 17 de Março é o dia de St. Patrick que é o santo padroeiro da Irlanda e cuja a celebração é festejada um pouco por todo o mundo.

Ouvi dizer que existem apenas 4 milhões de irlandeses na Irlanda mas que são mais de 85 milhões espalhados pelo mundo.

Ouvi dizer que a noite em Dublin especialmente nesta altura é fantástica e que toda a gente fica na rua a beber e a cantar de forma descontrolada.

Ouvi dizer que no dia 17 de Março há um desfile na rua e que toda a gente se veste e pinta de verde.



Ouvi dizer que no dia 17 de Março as pessoas dançam música celta na rua com perfeitos desconhecidos.



Ouvi dizer que há quase mais estrangeiros a celebrar o dia de St. Patrick na Irlanda do que irlandeses.

Ouvi dizer que a célebre expressão “Kiss me, i’m irish” teve origem na lenda que diz que beijar a pedra irlandesa “Blarney Stone” que está num castelo em Cork, traz sorte e fortuna.
















Ouvi dizer que não se pode dizer que já se provou Guinness até se ter provado uma Guinness na Irlanda.














Ouvi dizer que existe um local de culto aos U2 em Dublin: a rua dos estúdios onde foram gravados a maioria dos seus êxitos. Mensagens de fãs e graffitis estão por toda a parte, nem o parquímetro se escapa.














Ouvi dizer que os preços em Dublin não são assim tão diferentes dos preços em Londres.

Ouvi dizer que os leprachauns (duendes) saem para a rua neste dia e confraternizam com os turistas.














Ouvi dizer que estavam -5º no Domingo e que o fogo de artifício foi cancelado devido à neve.

Ouvi dizer que viajar na ryanair é como entrar num autocarro da carris e estar no meio de um grupo de putos que chegaram da colónia de férias.

Ouvi dizer enfim…que este foi um fim-de-semana inesquecível

Wednesday, March 14, 2007

Weekend @ London

In two words: “CRAZY” and “EXPENSIVE”

Os mais preguiçosos poderão parar por aqui porque tudo o que digo a seguir não foge muito a estes temas.

É ainda importante salientar que a minha média de horas de sono por dia se tem cifrado entre as 4-5h, não por opção, mas por força do convívio com alguns housemates (e mais não digo para não ferir susceptibilidades) pelo que este fim-de-semana foi bastante sofrível nesse aspecto…enfim, nada que um redbull e uma dose cavalar de cafés não resolva. Siga para a estrada!

A cada dia que passa fico mais surpreendido com a minha performance nas estradas inglesas. Mais um tiro até a Londres no meu auTBMobile “purple” e mais uma precisão de chegada ao destino impressionante, sobretudo se tivermos em conta que nem sequer tenho mapa de Londres! Ainda assim, programei a viagem ao pormenor para deixar o carro mesmo na fronteira da “congestion charge” que é a zona de Londres em que se paga para se circular (durante a semana). Paga-se, e não é pouco! E o pior é que tem que se pagar previamente. Ou seja, eu tenho que saber que vou entrar naquela zona e comprar a licença para aquele dia. Depois disso limitam-se a confirmar com as câmaras se as matrículas dos carros que ali circulam correspondem às licenças adquiridas…escusado será dizer que se fosse apanhado sem licença por ter feito mal os cálculos por exemplo, teria pagar uma multa avultada! Mas a minha precisão foi tanta que parei a apenas a alguns metros do limite. Cheguei a apanhar um cagaço (desculpem a expressão mais corriqueira), quando de repente vi uma placa a dizer “Congestion Charge in ½ mile” e depois outra a dizer “…in 200 yards” e depois…só tive tempo de me enfiar na primeira rua paralela que vi e parar o carro! Como diria o Ramalheira: “Impecável”!!! Adiante…



















Os bêbados mais bebidos do beberete...hic..hic

O fim-de-semana em Londres veio na sequência de um convite do embaixador de Portugal para reunir todos os contactos da 10ªedição no Reino Unido e outros ilustres convidados para um convívio. E como qualquer convívio bem português não faltou nem o discurso do anfitrião nem o tintol. Não estarei a exagerar se disser que foram consumidas mais garrafas desse néctar dos deuses do que pessoas presentes, e tendo em conta que parte da amostra não bebeu (as meninas por exemplo), percebe-se facilmente que houve quem saísse da embaixada muito mal tratado. Mas o que interessava mesmo era curtir a noite e como a noite aqui acaba cedo, não havia tempo a perder. Fomos trincar umas sandes banalíssimas de presunto, servidas com as mãos (5€) e seguimos para a disco, que mais facilmente deixaria entrar 20 macacos a falar a língua de Camões: uma disco brasileira. Longe de ser uma das minhas opções em Portugal, acabou por surtir o efeito desejado…deu para reunir todo o pessoal, queimar o álcool que corria em força nas nossas veias e matar as saudades de uma boa sambada (para quem as tinhas!) – entrada 12€ sem bebidas e 10€ sensivelmente por cada bebida.

Já agora, deixem-me que faça um pequeno comentário aos DJ’s ingleses (exceptuando os dos clubes mais conceituados). Já tinha comprovado isso mesmo quando fui a um bar e Southampton e voltei a comprová-lo agora em Londres. Até a minha afilhada de 2 anos fazia melhor figura, mesmo de mãos atadas e olhos vendados alternado os discos do Noddy e da bebé Lilly, que aqueles energúmenos (sim, é assim que se escreve!). Até mete pena a forma como manejam a mesa de DJ. Imaginem estarem a ouvir uma tecnozada valente, eis senão quando de repente entra o Ricky Martin a rasgar e fora de timing com o “living la vida loca”…do melhor é o que eu vos digo.

Entretanto eu que já andava a dormir “imenso” acabei por ainda baixar mais a minha média de horas de sono nestes dois dias com as obras que estavam a ser feitas mesmo ao lado da casa onde pernoitei! No sábado, e ainda com a cabeça a tilintar, fomos passear. Paragem obrigatória em Camden Town que para quem não sabe é um mercado com roupas tipicamente “bairro alto” e outras ainda mais…ousadas. Ficaram na minha retina o chapéu à Boy George, os óculos do “Aviator” e o fato macaco laranja com a inscrição “Alcatraz Prisioner” nas costas…muito bom!! Seguimos depois o conselho do Hugo que nos queria mostrar uma loja completamente diferente de tudo o resto: a “Cyberdog”. Mal entrei grunhiram-me para desligar a câmara pois não era permitido filmar, o que é compreensível, visto estar a entrar numa nova dimensão. Digamos que a loja é toda ela punk-transe-tecnho…desculpem mas não sei o termo correcto. Imaginem a roupa mais diferente e ao mesmo tempo estranha que já viram e adicionem-lhe uma pitada de cenário “blade runner”. O ambiente na loja era escuro, apenas iluminado pelas luzes ultravioleta que faziam com que todos estes estranhos motivos ganhassem vida dentro das peças de roupa…o efeito era espectacular. A música essa, convidava a saltar para cima das colunas se as houvesse, e a tomar umas quantas pastilhas (essas tenho a certeza que as havia por ali). Ainda pensei em comprar (não as pastilhas) uma tshirt com um daqueles quadros electrónicos em leds com mensagens personalizadas a passar ou uma com o equalizador de som (ambas com baterias amovíveis), mas achei que não tinha andamento para aquilo.

De seguida, “voámos” para fora daquela dimensão e seguimos para o Borough Market, famoso por ser o local onde o chefe mais popular do momento (Oliver) faz as compras para as suas receitas extravagantes. A variedade de comida era tanta que dava vontade de passar ali uma semana inteira a provar cada banca. Passeámos ainda pela zona mais nova da cidade e seguimos para Greenwich onde pude acertar o meu relógio pelo meridiano e assistir à interacção da Filipa com os esquilos do parque que teimavam em não lhe comer o pão (são finos os raios dos bichos!!). Para acabar o dia em beleza, nada melhor do que reviver os meus tempos de criança na Hamleys (loja de brinquedos com 5 andares) onde pude comprovar que apenas cresci em altura...a criança em mim ainda subsiste ;)



















A parte nova de Londres e um momento sublime com a pasagem de 2 comboios, em sentidos opostos, no mesmo istante e equidistantes das das margens do rio...




















A vista para a cidade do Greenwhich Observatory



















Ultrapassagem pela direita e oooops passámos à frente de mais 30 pessoas para a bela da foto mesmo em cima da linha do meridiano

Entretanto, já era hora de jantar e de mais uma discotecazada. Com um grupo reduzido em relação à noite anterior, tentámos a nossa sorte num dos clubes mais “in” da noite Londrina: o “Silver”. Tudo ali era TOP. A música era TOP, a decoração era TOP, as gajas…errr…vá e os gajos também eram TOP e os preços eram TOP – 30€ para entrar (sem bebidas) e entre 12 a 14€ por bebida. É evidente que um gajo para ficar mais ou menos alegre tem que se abastecer em casa porque se quiser ir para a disco fazer esse serviço gasta uma nota preta. E assim foi…tudo emborcar a pomada em casa e a fazer figuras indescritíveis a caminho da “Silver”. Prometo não mostrar fotos ou filmes que possam embaraçar (que raio de palavra…estarei eu a inglesar os termos?) os presentes, mas garanto-vos que houve cenas de chorar a rir. A noite foi uma loucura ;)
















Se as imagens falassem...

No dia seguinte era altura de voltar a casa. Saí do centro de Londres (Waterloo Station) às 13h em direcção a Southamtpon. 1h45m foi quanto me levou até a junção com a auto-estrada que percorre Londres. Atentem bem: 1h45m para ir de carro do centro de Londres até à periferia de Londres sem transito praticamente! Nem quero imaginar o que será em hora ponta.

Nota final para o fim-de-semana: 9,5 em 10 ;))))

Friday, March 9, 2007

O amargo de boca é terrível…

Estive lá…em Stanfordbridge juntamente com outros 3mil dragões e outros C10s a ver o Chelsea – Porto. Cheguei a sonhar…com o 0-1 calámos os ingleses (o que não é fácil) e fizemos o Mourinho tremer. Como sempre nestas coisas do futebol o tuga queixa-se da falta de sorte e dos eternos “ses”. Se o Helton não tivesse feio aquele frango monumental, se o Ricardo Costa não tivesse jogado, se o Jesualdo tivesse arriscado mais…ah e se a equipa do Chelsea não tivesse comparecido…enfim por vezes caímos no ridículo. Há que reconhecer o mérito do adversário mas o amargo de boca é terrível…

















É arrepepiante ouvir o hino da champions num ambiente como este
















A foto da praxe...

Trivialidades ou percepções erradas?

Cartão de telemóvel pré-pago

Assim que cheguei a Southampton fui a uma loja e no meu melhor inglês arrisquei: “Hello, could i have a prepaid phone card, please?”. O senhor respondeu afirmativamente, perguntou-me qual a operadora e entregou-me um papel para a mão. Humm, eu queria mesmo era um cartão pensei…o que faço com um pedaço de papel? Lá percebi que o que ele me tinha dado para era um carregamento, ou seja um top-up. Aqui posso chegar a qualquer loja e pedir um carregamento para o meu telemóvel no valor X. Eles fazem o registo na máquina e entregam-nos um talão com um código que temos que marcar no telefone. Depois de marcado o código ficamos automaticamente com o crédito pedido. Prático, não haja dúvida…mas apenas para quem já tem telefone e cartão! Lá fiquei eu com um carregamento, mas sem cartão para o poder usar…pelo menos já sabia o que pedir quanto quisesse carregar um telefone: TOP-UP

O quê?

Se não percebo alguma coisa quanto estou em Portugal digo: “O quê?”. Para mim é imediato. A tradução quase que inconsciente para o inglês foi: “What?”. Acontece que “What?” é bastante grosseiro e indica que temos dificuldade em acreditar no que nos estão a dizer. Isso já eu sabia, mas é automático, não consigo evitar, sai-me sempre a porra do “What”. Denoto algum desconforto nas pessoas com quem estou a falar quando isso acontece mas enfim…usar o “I’m sorry?” ou “Pardon me?” é passar de grosseiro a menino de coro…para não dizer pior.

Jornal “Sports”

Na primeira semana, quanto ainda vinha de boleia com um colega, costumava sempre passar os olhos pela banca de revistas do dia. A dada altura fiquei intrigado porque havia um jornal chamado “Sports” que trazia sempre na capa uma menina…err...desprovida de parte da indumentária. Pensei que fazia parte da estratégia de um jornal desportivo para vender mais, assim como as revistas de automóveis o fazem. No entanto quando comentei esse assunto um colega ele disse-me que se tratava de uma revista porno! Naturalmente que lhe perguntei o porquê do nome “Sport” ao que ele respondeu: “Porque se se chamasse “Porno” não venderia”…Hummm, está bem…se tu o dizes.

Correio em Southampton

Antes de criticarem os nossos queridos CTT atentem ao que vos digo de seguida. Comprei um carregador \ transmissor fm do Ipod para o carro pelo ebay (que a propósito foi a segunda melhor coisa que inventaram no mundo logo a seguir ao nosso azeite galo ;)) e como é usual, dei a morada de casa para que o item me fosse enviado. Pois bem, os correios vieram, tocaram à campainha…ninguém atendeu. Lembram-se do que tinha falado acerca dos ingleses? Sentido prático. Então não é que o carteiro achou por bem deixar a encomenda à porta de casa na rua (sim relembro que moro numa vivenda)? Pensei que o carteiro estava maluco, mas mais uma vez recorri aos meus colegas para tentar perceber o sistema inglês e logo me responderam que já lhes tinha acontecido o mesmo com uma impressora…lol…quem é que deixa uma impressora na rua? Está tudo doido? Bem, pelo menos aprendi a lição…a partir daí passei a dar a morada do emprego.

Paragens de autocarro

Quando vi uma paragem de autocarro pela primeira vez foi um fartote de rir porque pensei que se tinham enganado e colocado a paragem ao contrário, habituado que estava eu ao nosso querido Portugal. Eis quando senão reparo que todas elas estão ao contrário! Estranho mas ok. Ao segundo dia e com as ruas inundadas devido à tremenda chuvada que se tinha abatido sobre a cidade percebi porquê! Estava eu fora da paragem tranquilamente à espera do autocarro, quando um camião daqueles bem largos passa pela zona da paragem e levanta uma onda gigante que se encaminha para a paragem! Só tive tempo de mandar um salto e enfiar-me dentro da paragem juntamente com as outras tristes almas que ali se protegiam da água cuspida pelo camião. Duh! A paragem está construída para evitar que as pessoas levem banhos de água cada vez que passa um carro. Sempre a aprender…


Fag

Alguém sabe o que quer dizer “fag” em inglês? Bem, eu pensava que sabia até há pouco tempo(Fag=Gay). Num destes dias entrei num pub e fui abordado por inglês. Para além de ter uma pronúncia qualquer cerrada, estava bêbado que nem um cacho e por isso mesmo não percebi nada do que ele disse…excepto uma palavra. Então foi do género, virou-se para mim e despejou: “Bla bla bla, bla bla FAG bla bla bla??” Claro que eu pus a minha expressão nº49 com as sobrancelhas bem arqueadas e queixo cerrado e preparei-me para pior. O homem ainda fez um gesto como que a levar algo à boca, o que não melhorou a situação, pelo contrário, podem imaginar o que eu pensei que ele estivesse a imitar. Respirei fundo…virei as costas e arrepiei caminho sem olhar para trás….estava furioso, não desculpem estava mesmo f**ido! Então o c**rão diz-me aquilo assim do nada? Passei-me….Noutro dia vim a saber que “Fag” no UK quer dizer cigarro.

Weekend @ Bristol and Bath

Farto do tédio de Southampton onde ainda não conheço praticamente ninguém com quem possa socializar, decidi partir à aventura e testar o auTBMobile à séria numa viagem de cerca de 2 horas. Destino: Bristol (Sábado) e Bath (Domingo).


Fui ter com pessoal do C10 que me alojou e rapidamente me apresentou à restante comunidade lusa. Fiquei ainda com mais certezas que ter calhado em Southampton sozinho não foi propriamente a melhor coisa que já me aconteceu…A noite em Bristol é rija e a cidade em si é gira. É uma cidade portuária mas ao contrário de Southampton que é muito industrial, fria e suja, Bristol é uma cidade bonita em termos arquitectónicos e cheia de vida.














Tuga meeting in Bristol


Em relação a Bath, posso dizer que foi dos sítios mais bonitos onde já estive, e não estive propriamente em poucos sítios. Conhecida pelas termas romanas, Bath é uma cidade toda ela construída com o estilo georgiano. Pena é ter chovido incessantemente. As termas romanas impressionam pela complexidade de engenharia existente já na altura. Ainda hoje funcionam tal como há 20 séculos atrás e água que corre no spa vem quente da nascente. No fim decidi provar a dita água num restaurante todo pipi, com empregados vestidos à garçons da época renascentista: dei um golo e desisti…prova não superada! Apreciem algumas fotos…as outras vou pôr no meu space do msn, quando tiver tempo.














A piscina central de água aquecida das termas romanas em Bath














Perspectiva da cidade de Bath














Mini-cascata no rio que atravessa Bath

auTBMobile

É verdade…comprei um carro, o auTBMobile! Alguns de vós poderão pensar: parvo! É mesmo comodista! Foi comprar um carro só para não ter que andar de transportes! Vê-se mesmo que é menino rico! Pois enganam-se…se bem que é pena, porque preferia ser um menino rico por vezes. O que se passa é que conforme vos retratei antes, é impossível andar de transportes públicos. O cenário melhorou consideravelmente depois do primeiro dia. Em vez de 2h40, passei a demorar 1h30 para ir e outra 1h30 para vir do trabalho e tinha que apanhar 2 autocarros, andar 20min a pé e ainda esperar por um colega que depois me dava boleia. Ou seja, num dia gastava 3h do meu rico tempo em deslocações. Nah nah…o meu tempo é precioso. Pus-me a investigar soluções…os carros em 2ª mão não são caros aqui em Inglaterra. Passei um fim-de-semana a visitar ferros-velhos e “car dealers” manhosos para tentar arranjar um negócio porreiro. Acreditem que estive nas piores zonas da cidade. Deixei o meu ar de menino em casa e coloquei a minha pior vestimenta com a típica camisola do capucho dos gandulos. Não faltou nada, nem mesmo a barba de 3 dias ou as olheiras carregadas de uma noite mal dormida. Sentia-me confiante para percorrer qualquer zona da cidade! Depois de muito andar e de lidar com a escumalha da escumalha no que respeita a este tipo de negócios, lá encontrei um sítio decente e um carro que me preenchia as medidas. O carro não custava propriamente as £400 que me tinham pedido por um Volvo 440 de 1988 a cair de podre, mas o amor é mesmo assim…é inexplicável. Foi amor sim senhora…e nesta coisas do amor, a cor também não interessa! Esperei mais um dia ou dois para ter a certeza que estava a fazer um bom negócio e comprei mesmo. Querem saber mais? Não foi um bom negócio…foi um óptimo negócio. Pensem quanto vale em Portugal um Ford Mondeo 1.8 a gasolina de 1997 com pequenos extras, inclusive tecto de abrir. Já chegaram a um número? Dividam por 3 e tem o valor que eu paguei por ele. É purple é verdade, mas não deixa de ser a menina dos meus olhos. Vai ser o meu fiel companheiro nas viagens por terras de sua majestade. E o melhor é que quando o vender daqui por 9 meses, se não o tiver espatifado entretanto, consigo reaver o dinheiro e ainda ganhar algum extra, o que dará para cobrir por exemplo os custos do seguro e imposto selo. Ou seja, poderei vir a usar este carro a custo zero…pagando apenas a gasolina. Contemplem esta rara beleza…


















De resto, conduzir no Reino Unido tem que se lhe diga:


- Lado esquerdo: não é assim tão complicado quanto isso. Depois de alguns sustos apanha-se o jeito…
- Mudanças: é muito atrofiante ao início pôr as mudanças com a mão esquerda. Nos primeiros dias buscava sempre o manípulo do lado direito…em vão. Acabei também por me habituar.
- Rotundas: para além do facto de termos que olhar para a esquerda, o que mais chateia é que muitas vezes as rotundas não estão assinadas! Se um gajo não estiver atento faz as rotundas quase a direito… é que algumas estão apenas desenhadas no chão!
- Distância do lado esquerdo aos objectos: é para mim o mais stressante. Quando conduzimos em Portugal, deixamos uma distância mínima desde o volante até à berma ou o carro do lado esquerdo certo? Pois aqui temos que recalcular bem a distância porque se não, quando dermos por ela estamos a levar os espelhos retrovisores e as velhinhas nas paragens de autocarro atrás! No início, cada vez que passava numa ruazinha mais apertada encolhia-me todo…


De qualquer forma acho que me estou a safar…por enquanto ;)

Monday, March 5, 2007

Ponto de situação - 1 mês de vida

São 23h, vou para a cama...estou de rastos. Há muito para dizer mas pouco tempo para escrever. Amanhã sigo para Londres para ver o meu fê cê pê contra um tal de um clube de bairro :p Prometo escrever o que está em falta até ao final da semana.
Entretanto queria apenas fazer um breve ponto de situação relativamente ao blog. Quero agradecer os comments e pedir-vos que continuem a fazê-los pois é a única forma de eu saber que alguém de facto se interessa por ler as baboseiras que para aqui escrevo e por isso mesmo, uma motivação adicional para continuar a escrever. De resto, doravante não vou mencionar mais nomes verdadeiros por questões de privacidade. Os meus housemates chamaram-me à atenção para os conteúdos em que os descrevia e apesar de não passarem disso mesmo, de descrições, e de não terem a meu ver nada de ofensivo, resolvi apagá-los. Assim, parte do post "Here i am" foi censurada...as minhas desculpas.
Despeço-me na certeza que todos os que estão em Portugal hoje estão bem melhor do que eu! Aqui está chover a potes....ou em inglês, está a chover cães e gatos! ;))

Saturday, March 3, 2007

Southampton\UK visto à Lupa

Prometi uma abordagem mais pormenorizada sobre a cidade e os hábitos dos ingleses. Pois bem, neste post procuro fazer isso mesmo, dando obviamente mais ênfase às situações que mais estranhei, ou se quiserem, e utilizando um termo familiar para quem frequentou o CGI, as situações que originaram um choque cultural.

- Tempo
Céu cinzento, cinzentão, sempre, e ora chove ora chove! Não há grandes variações, pelo menos para já. Talvez seja por isso que toda a gente seca a roupa dentro de casa e\ou nos radiadores. Nos supermercados podemos encontrar soluções várias, desde o típico mini-estendal móvel bem como aplicações que se prendem ao radiador para secar roupa…eu já comprei o meu e tu? :D Ficamos à espera do Verão para ver se tenho que rectificar este post…

- Os habitantes
Para meu espanto e prova em contrário posso afirmar que a maioria dos ingleses que encontrei na rua ou nas lojas são muito simpáticos e atenciosos, ok tirando uma gorda parva que trabalho Woolworth! No geral respondem sempre com um sorriso na cara e pacientemente a todas às minhas perguntas e acreditem que algumas devem ter sido bem parvas. Situações houve em que ao verem-me simplesmente a olhar para o mapa com ar de perdido, vieram ter comigo a perguntar se precisava de ajuda, e não foram uma, nem duas mas três vezes logo no primeiro dia. Cheguei a fazer parar carros cujos condutores se disponibilizaram para me explicar o caminho com uma paciência tremenda. Imagino se fosse em Portugal: “Oh Manel! Prego a fundo e passa por cima!”. Nas lojas, mesmo com outros clientes à espera, nunca vi os “cashiers” fazerem má cara. Em Portugal as senhoras das caixas registadoras parecem-me que estão sempre com o período e que toda a gente lhes paga e ninguém lhes deve! Mas também nem tudo são rosas…há outros ingleses, sobretudo os sub-20, que tem um ar de azeiteiros do pior. Ou seja, primeiro parece que não lavam o cabelo à 1 semana e depois andam na rua com o fato-treino. O típico mitra tuga aqui não metia medo a ninguém, porque todos os putos ingleses andam assim na rua. Ah e não falta o boné e o “téni” branco. De resto, Southampton é também uma cidade muito cosmopolita. Vê-se um pouco de tudo na rua, mas sem sobram de dúvida que tenho visto muitos orientais, vulgo termo “Chinocas”, sem qualquer sentido perjurativo. Se é verdade pelas estatísticas que um em cada dez são polacos, então nove em cada dez são chinocas!! Pelo menos nos meios onde ando, vejo-os “aos molhos”…como não querem a coisa vão-se infiltrando no mundo ocidental ao milhares e quando dermos por ela, tomam de isto tudo de assalto! Lol…

- Alimentação
Os ingleses comem mal. Não é uma critica, é um constatação…no outro dia li no jornal inglês que as “As inglesas são as pessoas mais gordas da Europa” (já agora para os mais curiosos as italianas são as mais formosas :p). Não há grandes mistérios neste facto. A alimentação britânica começa com um típico pequeno almoço britânico (bacon and eggs) e acaba sempre com algum prato pré-cozinhado comprado no supermercado com gordura a potes! De resto tudo o que eles metem ao bucho é aqui é frito! Não conhecem o termo cozido ou grelhado. Nos primeiros dias em que estive na casa provisória fui sempre comer fora porque obviamente não tinha alimentos ainda em casa. Cheguei a ir a um Fish N’ Chips (prato típico aqui como julgo que devem saber) versão fast food, recomendado pelos housemates da altura. Os donos do restaurante eram….chineses claro está! Não poderia ser de outra forma, quem mais poderia confeccionar um prato tipicamente inglês? Pedi para levar para casa (aqui é quase tudo take away, por isso mesmo que quisesse comer ali não podia) e rezei para que aquilo que estava por baixo da camada godurosa de 2cm de gordura, fosse efectivamente peixe. Quando tirei o “dito” para fora da embalagem ainda pingava óleo e as batatas fritas, essas deviam ter vindo directamente do quintal, de tão fraca a qualidade. Enfim, pensei que nunca mais ia comer Fish N’ Chips até na semana seguinte o meu colega Peter me ter levado a um Pub à séria para almoçar: arrisquei pedir um fish n’ chips e desta vez sai-me bem! Estava 5 estrelas…mas gorduroso claro!

Algo que me fez bastante confusão logo no inicio foi o facto de os ingleses no geral não almoçarem. Acaba por ser positivo em termos de produtividade mas acho que com o tempo deve levar um gajo à loucura. O que é feito daquele convívio tão tipicamente português no restaurante com mais 5 ou 6 colegas a conversar sobre a derrota do Benfica na noite anterior ou no caso de serem meninas, de como a Rita parece tão mais gorda ou a Josefina andar a dormir com o patrão? O que é feito do café tipicamente tomado noutro sitio diferente do almoço? (por falar nisso o café aqui é péssimo…parece água de lavar pratos) O que é feito da voltinha a seguir ao almoço pelas lojas do chiado para fazer a digestão? Pois é…aqui temos mesmo que trabalhar!! Tipicamente come-se uma sandes, enquanto se prepara a reunião da tarde ou traz-se uma sopita de casa ou uma tarte, mas não se perdem mais do que 10m garantidamente. Ganha o patrão no final do mês!

De resto a comida que encontro no supermercado é muuuuuuuuuuito diferente da nossa. Exemplos concretos: a margarina é branca como a neve, não há pescada nem outros peixes tipicamente portugueses, o peixe mais consumido é o “Cod” (Bacalhau) mas fresco e não salgado como o nosso; os ovos são miniaturas, o azeite então é para esquecer! E permitam que disserta um pouco sobre este óleo tão apreciado em Portugal e que tantas saudades me traz. Aqui o a azeite é pálido, cheira-me que deve ser diluído ou outra coisa qualquer. De qualquer forma o que vos quero contar é uma situação que me deixou completamente à nora durante os primeiros 3-4 que cozinhei. Efectivamente. confeccionei alguns pratos com muito carinho e amor, mas no final…todos sabiam ao mesmo: TERRA. A salada sabia a terra, as couves sabiam a terra, as batatas sabiam a terra…porra até o arroz sabia a terra! Estava a desesperar…eis quando senão tive a brilhante ideia (ao quarto dia apenas!) de deitar os beiços à garrafa de azeite e provar: TERRA!...sabe a terra pois…claro que não era terra, mas sim uma porcaria qualquer de uma erva aromática. Para todos os efeitos, para mim sabia a terra. Azeite no lixo…e venha o próximo, italiano, melhor mas não é igual ao nosso azeitinho galo a cantar desde mil e oitocentos e troca o passo…

Finalmente e para encerrar este capitulo da alimentação que já vai longo…uma nota para a validade. Tudo aqui tem validade de 2-3 dias. Até irrita! Obriga a estarmos sempre a ir ao supermercado (deve ser esse o truque) ou então a ter que congelar as coisas. Os supermercados têm inclusive uma secção em que apenas vende comida que está em vias de expirar o prazo de validade por metade ou um terço do preço. Com alguma sorte encontram-se algumas pérolas como camarão ou morangos a metade do preço!

- Cidadania
Duas notas rápidas apenas porque este post já vai longo….
Felizmente aqui as pessoas de idade ou os deficientes motores têm condições para poder frequentar os mesmo locais que todos os outros. Em cada rua, em cada centro comercial ou em cada em empresa, vêm-se casas de banhos, rampas de acesso, etc. especialmente concebidas para os debilitados fisicamente. Impressionou-me ver no centro comercial (West Quay) uma rampa que para vencer a inclinação ocupava uma área impressionante. Estou mesmo a imaginar se fosse Portugal: “Oh shõr engenheiro, não devíamos pôr ali uma rampa para os deficientes motores” ao que o outro responde “Meu caro amigo, nesse espaço conseguimos pelo menos pôr 10 lojas, 5 ATMs e com um bocadinho de sorte um ecran gigante para a malta poder ver os jogos do benfas no domingo à tarde!”…Bem visto shôr engenheiro…
Por falar em pessoas de idade, aqui acabam por se tornar pessoas mais activas e independentes. Por vezes vou na rua e sou ultrapassado por estes “senior citizens” a grandes velocidades ora pela direita ora pela esquerda, neste carrinhos eléctricos engraçadíssimos. Enfim, por vezes o trânsito é mais intenso nas passadeiras, com os peões, bicicletas e carrinhos eléctricos no que na estrada propriamente dita. No outro dia consegui fotografar uma destas giringonças…














Desculpem o post longo….entusiasmei-me ;)