Thursday, August 23, 2007

Chocolates e batatas GRÁTIS para os mais afoitos…

Ao olhar para os posts mais recentes, noto que este blog se transformou mais num roteiro de viagens, tendo-se afastado da sua génese inicial em que se retratavam as experiências vividas em solo inglês bem como as diferenças culturais entre os povos. Assim e voltando às origens do blog, volto a escrever sobre esta temática. O mote deste post teve origem na observação in loco de um nativo inglês a funcionar com aquelas máquinas que vendem chocolates, bebidas, batatas, etc. Advirto o leitor para não interpretar o seguinte relato como um estereotipo do povo inglês, mas antes tire as suas próprias conclusões.

A situação, que é de resto recorrente e tem tanto de vulgar como de cómica, ocorreu numa das minhas pausas para café com outro colega português. Enquanto tirávamos o nosso café de uma das máquinas vemos um jovem inglês aproximar-se da máquina do lado para tirar um pacote de batatas. Introduziu a quantia exacta, pressionou o botão respectivo e…oooops o pacote não saiu! Ficou preso entre a mola e o vidro, para variar! Mas o tipo nem esboçou reacção de qualquer incómodo. Encolheu os ombros, voltou a meter mais dinheiro, e tirou o pacote do lado, deixando lá o pacote inicial que estava mesmo ali à mão de semear do outro lado do vidro. Virou as costas e foi embora. Ainda pensei em chamá-lo mas percebi que não ia fazer diferença porque não me ia compreender. Assim toquei ao de leve no vidro da máquina e nesse preciso instante o pacote que estava preso deslizou até à boca de saída: canja! Mas porque não se esforçou o inglês para tirar o pacote? Nem soltou um “ora bolas” nem deu uma pancadita seca na máquina: NADA! No meu país, tratavam logo de mandar umas murraças, pontapés, virar a máquina ao contrário, o que fosse preciso, mas nunca viravam as costas sem uma boa luta! Aqui não. À primeira dificuldade, desistem! (…) Tive agora uma recordação de quando ainda era muito puto e não tinha dinheiro para fazer cantar o cego, em que um telefone público me comeu todo o dinheiro que tinha. Na altura fiquei tão irritado que vazei a minha fúria no dito telefone, fazendo com que este não só me devolvesse as minhas moedas como ainda soltasse todas as outras num autêntico jackpot, lol (…) Mas voltando à situação em causa, o que é de salientar é que este episódio repete-se todos os dias, a toda a hora. Há sempre um chocolate ou uma batata presa à espera de ser colhida. Só naquele dia recuperámos 3 itens que obviamente tratámos de levar para o escritório e oferecer aos colegas. Enfim, até podia generalizar com outros exemplos de completa inacção desta gente mas não o vou fazer, pois não quero criar um estereótipo. Ok, desculpem, é mais forte do que eu, mas tenho que descrever mais uma situação “normal” por estas bandas e que de resto me põe os cabelos em pé quando ando na estrada…

Podem ter constatado que no post que escrevi sobre as cheias, praticamente ninguém abandonou as estradas cortadas para ir por outros caminhos, deixando-se estar à espera, na fila, por horas e horas a fio. Pois bem, o ridículo da coisa é que se formam filas por tudo e por nada, porque ao mínimo obstáculo gera-se uma apatia generalizada. Tudo é motivo para se parar, mas parar mesmo, não estou a falar em reduzir a velocidade. Se em Portugal se abranda para ver o acidente que aconteceu na direcção contrária, aqui pára-se se alguém deixar cair um cabelo no alcatrão, ok estou a ser mauzinho, mas percebem a ideia certo? É nestes momento que tenho orgulho em ser TUGA e saber o significado da palavra “desenrascado” ;)

To the space and back

Há sítios dos quais simplesmente não nos fartamos, sobretudo quando somos sempre bem recebidos. No último fim-de-semana aproveitei o convite para uma festa privada organizada por amigos para regressar às “terras baixas”. A festa em si teve lugar nas catacumbas de uma igreja e naturalmente que esteve à altura das expectativas com todos os ingredientes certos, incluindo uma actuação ao vivo do clip “Destination Unknown” (para os mais distraídos é favor consultar o post de Abril com o mesmo nome). Mas festas à parte, o fim-de-semana foi muito bem passado sempre na companhia dos irmãos Sloos e de outros amigos ocultos que nos deixaram sempre bem dispostos. TS: desculpa ter levado à letra o teu comentário num dos posts e fazer-me novamente de convidado mas parece que não tenho mesmo vergonha :p Obrigado e tot gauw!


Nas catacumbas com os irmãos Sloos

Tuesday, August 21, 2007

Pensão Estrelinha

Confesso, que acordei esta manhã um pouco arreliado. Não pelo acto em si, mas porque a situação fez transbordar o copo já de si cheio, mas já lá vamos. De há uns tempos para cá, tem sido um corrupio de malta a chegar e a partir da minha casa, desde pessoas que ficam 2-3 meses a pessoas que ficam apenas alguns dias enquanto esperam para ser colocadas noutra casa da minha senhoria. Com tudo isto, e dado o facto de eu já nem sequer passar praticamente tempo nenhum em casa, é natural que acabe por não conhecer bem as pessoas que habitam comigo e não será anormal, apresentar-me a uma pessoa a caminho da casa de banho ou enquanto preparo uma iguaria na cozinha. Por tudo isto acaba também por haver menos empenho nas limpezas dado que o critério de escolha das pessoas já não é tão ponderado, e a motivação de quem está apenas uns dias é também diferente. Assim, como uns não limpam, os outros também não querem limpar e dá-se o efeito dominó. Resultado: a casa acaba por ficar num esterco que chega a meter nojo. Relembro que somos 6 e só existe uma casa de banho. É evidente que as minhas criticas vão direitinhas para a actual comunidade masculina já que as meninas ainda vão limpando o que podem. Enfim, não sou muito cocó e lá me vou orientando mas confesso que já me começa a chatear um pouco tamanha imundice. Um deles (isto vi eu!!) nem usa o detergente para lavar a loiça, limitando-se a passa-la por água, e os outros nem sei se lavam de todo porque é cada vez mais frequente encontrar talheres e tachos sujos dentro dos armários. Isto é apenas parte do problema. A outra parte começou recentemente e tem a ver com o desaparecimento da minha comida. Com o frigorífico partilhado 2 a 2 é normal que estas coisas aconteçam uma vez por outra, se bem que com cuidado podem ser evitadas. Enfim, desde fruta, vegetais, leite, cerveja…já me desapareceu de tudo um pouco, sendo que até agora sempre consegui descobrir quem fora o “culpado” e fechei os olhos, sempre. Mas hoje fiquei f****o! Epah fiquei mesmo…já estão abusar na merda que deixam espalhada pela casa, na falta de limpeza e nas coisas que me surripiam. De manhã quando fui buscar as minhas salsichas alemãs Bratwurst (caras por sinal) dei conta que faltava uma! Desta vez tiveram a lata de abrir o meu frasco para tirar a salsicha, ou seja, foi tudo menos sem querer. E podia haver a atenuante de alguém ter mesmo precisado e ter avisado tipo “olha, tirei-te uma salsicha, desculpa lá” mas nem isso. E estamos a falar de desconhecidos, não são propriamente meus amigos. Mas afinal onde é que já chegámos? Este pessoal anda a esticar-se, ai anda anda…Parece que ainda vou estrear o meu lightsaber aqui mesmo na cabeça de alguém!

Calhaus, Praias e Brighton

Aproveitando o sol que espreitava timidamente, decidi fazer um fim-de-semana exclusivamente de praia, sendo que desta vez o destino ficou bem mais perto de Southampton, não só porque a bolsa não já não permitia grandes andanças mas também por ser uma área relativamente desconhecida para mim. Assim elegi Sábado para ir até Bournemouth e redondezas (Oeste de Southampton) e Domingo para ir até Brighton (Este de Southampton). Com o cenário idílico da Cornualha ainda na cabeça, e consequentemente expectativas bastante em alta, parti à descoberta de novos paraísos e de uma oportunidade para dar uma tonalidade mais escura à minha pele alva. As praias ali até são porreiras, mas devo confessar que a minha compleição não se adapta àquele solo: em ambos os casos o chamado areal era constituído por calhaus se bem que agora que penso nisso, nem sequer devia falar em “areal” mas adiante…Andar sobre aquelas pedras, pedregulhos e calhaus de todos os tamanhos e feitios foi tarefa árdua para mim, mas não para os bifes que se deitam comodamente sem toalhas em cima das pedras, alcatrão, espinhos, etc…desde que o mar esteja logo ali ao pé e haja uma cerveja bem fresquinha por perto…

Mas se Bournemouth passa um bocado despercebido enquanto destino turístico, já Brighton é muito mais do que uma praia com calhaus! De facto, Brighton é hoje em dia reconhecida como a capital gay do Reino Unido, para além de ser uma instância balnear de eleição. Antes de avançar, quero deixar claro que não tenho nada contra ou a favor dos gays. Respeito a liberdade individual e como tal não faço juízo de valores sobre a orientação sexual de cada um. Nem tão pouco tenho complexos em abordar o tema ou conviver com gays. Mas quando dou por mim nas ruas principais de Brighton e vejo que todos os bares sem excepção ostentam orgulhosamente a bandeira arco-iris (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_arco-%C3%ADris) e que os porteiros lançam maus olhados a todos os non-gay que se aproximam da entrada, eu pergunto se não estarei eu a ser alvo de descriminação. Seja como for, os gays são gente de bom gosto e talvez por isso Brigthon seja uma cidade bonita, arranjada e cheia de estilo. Ali pude saborear pela primeira vez peixe à séria num restaurante britânico que não “fish and chips” e logo à beira mar. Por momentos, deixei-me levar pela imaginação e julguei estar a almoçar numa esplanada algures na linha do Estoril…hummm, o cenário era perfeito e a companhia super “legal”, mais um vez ;)

Monday, August 13, 2007

Love Cornwall, Love Pirate FM

Assim de repente, esta frase não quer dizer grande coisa. É somente o slogan da rádio mais popular na Cornualha e que de resto foi a banda sonora eleita durante a (extensa) viagem de carro depois de o meu ipod se ter avariado. Abstraindo-me agora do facto desta rádio ser de facto muito boa, é importante dizer que a primeira parte do slogan (Love Cornwall) não é inócua. A verdade é que os senhores que o pensaram souberam apelar ao sentimento mais espontâneo que se apodera de nós ao compreendermos a realidade da Cornualha. “Love Cornwall” porque é impossível não nos apaixonarmos por este pedaço de terra que tem das paisagens costeiras mais incríveis do mundo e onde perdemos o fôlego a contemplar a beleza natural a cada km. Esta, que até é das regiões mais pobres do Reino Unido, é hoje em dia um destino incrivelmente turístico que tem indubitavelmente as melhores praias britânicas e arrisco a dizer, algumas das melhores do mundo. A sua paisagem é das mais sublimes que tenho visto e, de todos os destinos onde estive aqui no Reino, elejo este com o número 1. Seja pelas longas praias de areia dourada, pela tonalidade belíssima do mar, pelos espectaculares recortes das encosta, pela simpatia das pessoas ou simplesmente por ser um lugar cheio de simbologia, onde por exemplo nasceu o Rei Artur segundo a lenda ou onde navegaram os mais impiedosos piratas de todos os tempos, é obrigatório vir conhecer a Cornualha e deixar-se cativar por esta fascinante região.

O grupo que me acompanhou nesta jornada, mais uma, merece desta vez um destaque especial. Sé é verdade que as mencionei por breves instantes neste blog, não será errado dizer que não nunca lhes dei o devido relevo. Assim, cabe-me agora fazer justiça, e mencionar as meninas que têm sido a minha companhia mais significativa aqui por estas bandas. É certo que vou para fora na maior parte dos fins-de-semana, mas em todos os outros momentos, que são aliás a maioria, são elas me acompanham: VC (a tuga de Southampton, criada e crescida entre Aveiro, Porto e Coimbra) e RO (a mineirinha mais “legal” de Belo Horizonte, Brasil). Neste destino como em tantos outros, foram elas que me “aturaram” e à minha insanável avidez de conhecer todos os locais de interesse. Nesta viagem em particular, para além das duas já mencionadas, juntou-se ainda a CS (nuestra hermana de Madrid e housemate) e “last but not least”, o nosso fiel companheiro Tom Tom (GPS), que nos levou por caminhos sinuosos ao longo de desfiladeiros sempre com a precisão de um relógio suíço.

Agora que repus justiça neste e nos demais posts, cabe-me prosseguir com a descrição do fim-de-semana através das fotos e dos destaques da viagem.

Tintagel

Aqui ficámos a primeira noite depois de uma viagem por caminhos de cabra por entre precipícios numa penumbra completa. Só percebi o quão perto do penhasco tinha estacionado o carro no dia seguinte. A Youth Hostel ficava mesmo em cima do mar num cenário completamente idílico.

Este é de resto talvez o ponto da Cornualha com mais interesse histórico já que é aqui que se diz ter nascido o Rei Artur. A ser verdade a lenda, o castelo construído entre o ilhéu e a costa inglesa, seria certamente a fortaleza mais impenetrável do reino.



Boscastle

Aldeia piscatória pitoresca perto de Tintagel



Carnewas & Bedruthan Steps

Bem que este sitio podia ficar algures na costa oeste Algarvia para os lados de Sagres, não fosse a cor do mal mais azul e as tonalidade das rochas e vegetação diferente. Aqui resolvi dar “banho” à minha carteira depois de acidentalmente me ter afundado no mar até à cintura para ir buscar as chanatas levadas entretanto pelas ondas…


Newquay

O paraíso dos surfistas britânicos é como não podia deixar de ser o sítio com mais jovens e mais “movida” da Cornualha. Aqui, já com o céu aberto, pudemos corroborar os louvores às praias cornualhenses...Acho que acabei de inventar uma palavra…ok Cornish em Inglês :p


St Ives

Esta foi eleita unanimemente como a vila mais bonita de toda a Cornualha. Anfitriã de umas das primeiras galerias Tate, aqui se concentram ainda grandes artistas de topo ingleses e mundiais. O local em si é muito aprazível e nota-se que a frequência já é de outro patamar (leia-se €€€)


Land’s End

Este é o ponto mais a oeste da ilha Britânica (uma espécie de nosso Cabo da Roca)


Coverack

Aqui ficámos na segunda noite, mais uma vez numa pousada da juventude. Apreciem a vista que tínhamos enquanto tomávamos o pequeno-almoço.


Lizard Point

Este é o ponto mais a sul da ilha Britânica.


St Michael’s Mount

Semelhanças com o nome e local não são pura coincidência. Aqui, como em França, diz-se ter se dado uma aparição do arcanjo St Michael. A própria igreja do Monte chegou a pertencer aos franceses cujo homólogo situado na Normandia, o Mont St Michel visitei recentemente. Os dois “montes” estão apenas separados pelo chamado canal britânico.


Porthcurno (Minack Theatre)

Se vivesse na Cornualha este seria o meu lugar de eleição. Nesta pacata localidade com uma praia de sonho e um cenário escarpado de cortar a respiração situa-se o Minack Theatre, um teatro construído já no sec XX mas com similitudes a um anfiteatro grego. Enquanto lá tivemos pudemos assistir aos ensaios. Imaginem-se a ver a uma peça de teatro com este pano de fundo…(clicar no vídeo)






Falmouth

Ao todo 7 rios passam por esta vila, formando um estuário de uma dimensão brutal. Aqui se situa um porto que já foi no passado dos mais importantes do mundo e que está intrinsecamente ligado aos piratas…


The Eden Project

Este é um “biodome” de uma extensão impressionante que alberga milhares de espécies de plantas oriundas dos 4 cantos do mundo. Infelizmente não deu para mais do que um pit stop porque já estava fechado, mas será um dos pontos de paragem obrigatória numa próxima visita.


Por tudo isto, levo um pedacinho da Cornualha no coração e carrego o desejo de lá voltar, no futuro...

...LOVE CORNWALL

Thursday, August 2, 2007

The Simpsons...

Podem fazer filmes com orçamentos caríssimos, efeitos especiais xpto, animação 3d, etc, mas não me lembro de uma outra vez onde me tenha divertido e chorado de tanto rir, como ontem, ao ver o filme dos SIMPSONS. Ou por outra, lembro-me sim! A última vez em que isso aconteceu e onde cheguei a rebolar no chão a rir foi precisamente na altura em que era fanático pelos SIMPSONS na TV. Ontem pude reviver estes dias...Eu já fui "simponizado" e tu?


Meet Davon, David TBM character in THE SIMPSONS