Regressei a Portugal há 3 semanas, tempo suficiente para perceber, agora melhor do que nunca, o que vai bem e o que vai mal, sobretudo quando comparado com a realidade de lá fora…
Tenho que dizer que gosto ainda mais agora do meus país do que há 9 meses quando o deixei rumo à velha Albion. Pouco ou nada mudou é verdade, mas depois da experiência noutro país comecei a dar mais valor a tudo o que por cá se faz e às pequenas coisas que ocorrem no dia-a-dia sem que nos apercebamos. A família, os amigos, a boa mesa, o sol, as pessoas, os bons costumes, etc. são motivos mais do que suficientes para me deixar muito feliz por este regresso a Portugal, ainda que naturalmente já tenha presenciado algumas situações menos positivas. Sem querer parecer paternalista ou moralista, gostava de indicar três factores me deixaram arreliado neste retorno: a condução, a noite e sobretudo, a mentalidade portuguesa.
A disparidade que salta imediatamente à vista assim que se chega a Portugal é a condução. Não que a condução em Inglaterra fosse perfeita, longe disso, era calma, se calhar demasiado calma resultando por vezes nalguma inércia dos condutores, mas pelo menos as pessoas eram corteses. Basta ver que os sinais dos “máximos” no Reino são feitos na maioria dos casos para deixar o outro passar à frente. Por cá a utilização dos máximos, a buzina, ou as palavras insultuosas são naturalmente sinónimos de protesto, algo em que o português é fértil. Infelizmente a maioria dos condutores nacionais são, e perdoem-me por dizê-lo, autênticas cavalgaduras! A condução por terras lusas é agressiva e provocadora, e apenas agora os (benditos) radares parecem minimizar os excessos de velocidade, ainda que em breves trechos. Também não era nenhum santo neste capitulo é verdade, mas devo felizmente ter perdido alguns vícios porque fico doido com a falta de civismo e ambiente hostil que se vive hoje nas estradas portuguesas. Aqui a malta mete-se à bruta, não deixa passar ninguém, faz autênticas gincanas e razias, sempre ao dobro da velocidade permitida e no final do dia chega a casa (os que chegam) com um sentimento de satisfação por ao menos nalguma coisa terem “poder” e serem superiores a alguém. É triste, mas é assim. Como diria uma amiga “Relaxa senão não encaixa”…
A noite lusitana também tem o seu qb de comédia. Nos primeiros dias de saídas com amigos tive que voltar a cair na realidade de que os bares\discos só começam a encher lá para as 2-3h da manhã, quando em UK a essa a hora já os bifes andavam a vomitar-se na rua depois de terem sido escorraçados dos bares que há muito tinham encerrado. Mas cómicos cómicos são os nossos porteiros, mais uma vez sempre com aquele ar superior (e de parvo se me permitem dizer). Examinam-nos de cima a baixo, varrendo-nos com um olhar que é um misto de troça e arrogância, por acharem que têm o poder de nos barrar. Acabam por não o fazer, mas querem mostrar que podem se o quiserem. Ridículos!
Mas tanto isto como a condução tem precisamente a ver com a mentalidade que é a meu a ver uma das coisas urgentes a mudar no nosso país. Na realidade, é triste constatar que num país com tantas potencialidades e tantas coisas boas, as pessoas teimem em esmorecer e estar constantemente a queixar-se e a criticar tudo e todos. Neste caso concreto a comunicação social não sai isenta de culpas uma vez que em vez de contrariar o desânimo que impera por natureza acaba por contribuir para um ainda maior desalento entre a população. Seja na política, no desporto ou no dia a dia, a toada é sempre de crítica constante, mesmo quando as coisas estão a melhorar. Nunca se está satisfeito. É verdade que Portugal continua na cauda da Europa em muitos indicadores mas não é menos verdade que nos últimos anos se tem afirmado em várias áreas e dado mesmo cartas lá fora. Porque não falar sobre isso? Porquê puxar sempre para baixo? Porquê falar mal do governo se as estatísticas mostram que estamos melhor do que há 2-3 anos atrás? Porquê falar mal do Scolari se no futebol Portugal tem conseguido os melhores resultados de sempre na sua história sobre o seu comando? Porquê focar constantemente as desafortunas das pessoas, os casos casa-pia, os apitos dourados, e não se dar a nenhum destaque às empresas e empreendedores portugueses que são casos de sucesso lá fora em área tão distintas como novas tecnologias e moda, ou nos profissionais portugueses que um pouco por todo lado são promovidos e elogiados pelo seu trabalho? O mal de Portugal é o Português, com uma mentalidade pequenina, tacanha e mesquinha. Temos que nos deixar de ser tão pessimistas e negativos. Se a moral das tropas está em baixo não há como vencer a guerra, guerra aqui entendia no bom sentido claro. Vamos ser positivos e ter orgulho em ser portugueses!
Tenho que dizer que gosto ainda mais agora do meus país do que há 9 meses quando o deixei rumo à velha Albion. Pouco ou nada mudou é verdade, mas depois da experiência noutro país comecei a dar mais valor a tudo o que por cá se faz e às pequenas coisas que ocorrem no dia-a-dia sem que nos apercebamos. A família, os amigos, a boa mesa, o sol, as pessoas, os bons costumes, etc. são motivos mais do que suficientes para me deixar muito feliz por este regresso a Portugal, ainda que naturalmente já tenha presenciado algumas situações menos positivas. Sem querer parecer paternalista ou moralista, gostava de indicar três factores me deixaram arreliado neste retorno: a condução, a noite e sobretudo, a mentalidade portuguesa.
A disparidade que salta imediatamente à vista assim que se chega a Portugal é a condução. Não que a condução em Inglaterra fosse perfeita, longe disso, era calma, se calhar demasiado calma resultando por vezes nalguma inércia dos condutores, mas pelo menos as pessoas eram corteses. Basta ver que os sinais dos “máximos” no Reino são feitos na maioria dos casos para deixar o outro passar à frente. Por cá a utilização dos máximos, a buzina, ou as palavras insultuosas são naturalmente sinónimos de protesto, algo em que o português é fértil. Infelizmente a maioria dos condutores nacionais são, e perdoem-me por dizê-lo, autênticas cavalgaduras! A condução por terras lusas é agressiva e provocadora, e apenas agora os (benditos) radares parecem minimizar os excessos de velocidade, ainda que em breves trechos. Também não era nenhum santo neste capitulo é verdade, mas devo felizmente ter perdido alguns vícios porque fico doido com a falta de civismo e ambiente hostil que se vive hoje nas estradas portuguesas. Aqui a malta mete-se à bruta, não deixa passar ninguém, faz autênticas gincanas e razias, sempre ao dobro da velocidade permitida e no final do dia chega a casa (os que chegam) com um sentimento de satisfação por ao menos nalguma coisa terem “poder” e serem superiores a alguém. É triste, mas é assim. Como diria uma amiga “Relaxa senão não encaixa”…
A noite lusitana também tem o seu qb de comédia. Nos primeiros dias de saídas com amigos tive que voltar a cair na realidade de que os bares\discos só começam a encher lá para as 2-3h da manhã, quando em UK a essa a hora já os bifes andavam a vomitar-se na rua depois de terem sido escorraçados dos bares que há muito tinham encerrado. Mas cómicos cómicos são os nossos porteiros, mais uma vez sempre com aquele ar superior (e de parvo se me permitem dizer). Examinam-nos de cima a baixo, varrendo-nos com um olhar que é um misto de troça e arrogância, por acharem que têm o poder de nos barrar. Acabam por não o fazer, mas querem mostrar que podem se o quiserem. Ridículos!
Mas tanto isto como a condução tem precisamente a ver com a mentalidade que é a meu a ver uma das coisas urgentes a mudar no nosso país. Na realidade, é triste constatar que num país com tantas potencialidades e tantas coisas boas, as pessoas teimem em esmorecer e estar constantemente a queixar-se e a criticar tudo e todos. Neste caso concreto a comunicação social não sai isenta de culpas uma vez que em vez de contrariar o desânimo que impera por natureza acaba por contribuir para um ainda maior desalento entre a população. Seja na política, no desporto ou no dia a dia, a toada é sempre de crítica constante, mesmo quando as coisas estão a melhorar. Nunca se está satisfeito. É verdade que Portugal continua na cauda da Europa em muitos indicadores mas não é menos verdade que nos últimos anos se tem afirmado em várias áreas e dado mesmo cartas lá fora. Porque não falar sobre isso? Porquê puxar sempre para baixo? Porquê falar mal do governo se as estatísticas mostram que estamos melhor do que há 2-3 anos atrás? Porquê falar mal do Scolari se no futebol Portugal tem conseguido os melhores resultados de sempre na sua história sobre o seu comando? Porquê focar constantemente as desafortunas das pessoas, os casos casa-pia, os apitos dourados, e não se dar a nenhum destaque às empresas e empreendedores portugueses que são casos de sucesso lá fora em área tão distintas como novas tecnologias e moda, ou nos profissionais portugueses que um pouco por todo lado são promovidos e elogiados pelo seu trabalho? O mal de Portugal é o Português, com uma mentalidade pequenina, tacanha e mesquinha. Temos que nos deixar de ser tão pessimistas e negativos. Se a moral das tropas está em baixo não há como vencer a guerra, guerra aqui entendia no bom sentido claro. Vamos ser positivos e ter orgulho em ser portugueses!
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De resto, cheguei ao término desta aventura. É com um profundo sentimento de melancolia que escrevo este derradeiro post. Durante os últimos 9 meses este BLOG foi sem dúvida a ferramenta de comunicação mais poderosa para vos dar a conhecer os episódios mais relevantes nesta jornada e alguma das reflexões que me iam na alma. Foram muitos os posts e muitas as horas perdidas a escrever, mas no final a satisfação fala mais alto. Na hora despedida quero agradecer a todas pessoas que tornaram este espaço no meu santuário visitando-o regularmente ou a título de curiosidade. Obrigado igualmente por todo o feedback enviado através dos comments ou e-mail. Não esperava tanta adesão e por isso fiquei como é óbvio muito sensibilizado. Infelizmente, este será de facto o ÚLTIMO post. A vida em Lisboa é como sabem bastante mais acelerada, os tempos livres são menores e as coisas para fazer infinitas. Assim, este será o ponto final nestas minhas dissertações, pelo menos para já. Se no futuro o “bichinho” do espírito emigra voltar a falar mais alto ou tiver um outro projecto que o justifique pois então criarei um novo blog “All Good in…”. Até lá, deixo-vos com um clip resumo desta longa e frutuosa viagem…
[IN ENGLISH]
Sadly this is in fact the last post that I’m writing. During the last 9 months I got to know many people with whom I became friends. That is the greatest gift that I’m taking home. It was a pleasure to be with all of you and experience so many different things. Thank you for you all your support and friendship. Don’t forget that my invitation still stands. You are more than welcome to visit me here in Lisbon and get to know a fantastic city where the land meets the sea and the sun shines all year round. I hope to see you soon. Click on the video bellow to see the highlights of my journey in the UK. Take care.
[IN ENGLISH]
Sadly this is in fact the last post that I’m writing. During the last 9 months I got to know many people with whom I became friends. That is the greatest gift that I’m taking home. It was a pleasure to be with all of you and experience so many different things. Thank you for you all your support and friendship. Don’t forget that my invitation still stands. You are more than welcome to visit me here in Lisbon and get to know a fantastic city where the land meets the sea and the sun shines all year round. I hope to see you soon. Click on the video bellow to see the highlights of my journey in the UK. Take care.
Aqui fica a lista completa de destinos visitados ao longo dos 9 meses por ordem cronológica\ This is the complete list of all the places visited in the last 9 months by chronological order:
- Bristol and Bath
- London (Chelsea vs Porto)
- London
- Dublin
- Stonehenge, Salisbury, Winchester, Windsor, Eton and Ascot
- Scotland (Loch Lomonds, Trossachs, Glen Coe, Glen Nevin, Dornie, Isle of Skye, Loch Ness, Inverness, Portknockie, Aberdeen, Stonehaven, Edimburgh, Sterling and Glasgow)
- Amsterdam
- Poole and Sandbanks
- Stockholm
- Paris and Normandy
- Brighton (Newton Faulkner Live)
- London and Cambridge (27th anniversary)
- York, Lake District, Hadrian's Wall, Newcastle, Durham and Middlesbrough.
- London (Dave Matthews Band Live)
- Cambridge
- London (Dia de Portugal)
- Lisbon (Rita's Wedding)
- London
- Portsmouth and Isle of Wight
- Ramsgate, Canterbury, Dover, Margate and Broadstairs
- Midlands (Birmingham, Coventry, Stratford-Upon-Avon, Warwick, Ironbridge Gorge), Liverpool and Manchester
- London
- Cornwall (Tintagel, Boscastle, Carnewas & Bedruthan Steps, Newquay, St Ives, Land’s End, Coverack, Lizard Point, St Michael’s Mount, Porthcurno, Falmouth and Truro)
- Christchurch, Bournemouth, Brighton and Arundel
- Amsterdam
- Dusseldorf, Essen (Love Parade) and Berlin
- Oxford, Cotswolds and Gloucester
- Wales (Cardiff, Swansea, Rhossili, Tenby, Snowdonia, Caernarfon and Conwy)
- Yeovil, Glastonbury, Lyme Regis, Weymouth, Isle of Portland and Lulworth Cove
- Madrid
- New Forest
- London (Goodbye)
- Nottingham, Leeds and Sherwood Forest
- Lisbon (Critical's Radical Weekend)
- Cambridge
- London (Dia de Portugal)
- Lisbon (Rita's Wedding)
- London
- Portsmouth and Isle of Wight
- Ramsgate, Canterbury, Dover, Margate and Broadstairs
- Midlands (Birmingham, Coventry, Stratford-Upon-Avon, Warwick, Ironbridge Gorge), Liverpool and Manchester
- London
- Cornwall (Tintagel, Boscastle, Carnewas & Bedruthan Steps, Newquay, St Ives, Land’s End, Coverack, Lizard Point, St Michael’s Mount, Porthcurno, Falmouth and Truro)
- Christchurch, Bournemouth, Brighton and Arundel
- Amsterdam
- Dusseldorf, Essen (Love Parade) and Berlin
- Oxford, Cotswolds and Gloucester
- Wales (Cardiff, Swansea, Rhossili, Tenby, Snowdonia, Caernarfon and Conwy)
- Yeovil, Glastonbury, Lyme Regis, Weymouth, Isle of Portland and Lulworth Cove
- Madrid
- New Forest
- London (Goodbye)
- Nottingham, Leeds and Sherwood Forest
- Lisbon (Critical's Radical Weekend)
Obrigado! Thanks! Gracias! Merci! Dankeschoen! Danke je! Dekuji! Grazie! Arigato! Dziekuje! Tack! SEE YOU AROUND!!! :)