Tuesday, July 31, 2007

Londres...pela enésima vez ;)

Para compensar o post anterior em que claramente me entusiasmei, procuro em poucas linhas relatar o último fim-de-semana em Londres, com os meus pais. Apesar de não viver em Londres, já perdi a conta às vezes que aqui vim, pelo que já não é grande novidade para mim. Acabámos por fazer alguns percursos menos comuns como por exemplo a ida até à mítica Abbey Road, local dos estúdios onde os Beatles gravaram o seu último álbum e onde de resto tiraram a foto que faz de capa do mesmo álbum.


E fizémos ainda as delícias da minha mãe ao visitarmos o Buckingham Palace, por dentro, numa das raras vezes em que abriu ao público. Foi o culminar de uma semana intensa com muitas caminhadas e poucas horas de sono. Domingo foi dia de regressar a casa. Obrigado Pai e Mãe, mais uma vez, pela vossa visita ;)

Aqui fica a foto de família com rio tamisa, millennium bridge e catedral de St. Pauls como fundo...

Mais um fim-de-semana e mais uma odisseia…

Odisseia rima com cheia, e essa será porventura a palavra de ordem de momento aqui no Reino Unido. Mas comecemos do inicio…

Há muito que estava marcada a 2ª visita dos meus pais a terra britânicas. O programa era extenso e englobava conhecer as Midlands (Birmingham, Coventry, Stratford-Upon-Avon, Warwick, Ironbridge Gorge), Liverpool e Manchester. Tudo fora planeado a rigor e com a máxima optimização do tempo, visto este ser escasso. Assim, tratei de reservar a viagem dos meus pais de Lisboa directamente para Birmingham (coração das Midlands) onde os iria buscar na sexta à noite. Confesso que nesta altura estava um pouco alheado da realidade do país até porque tinha passado os últimos dias a trabalhar duro e a rever meticulosamente todos os pormenores da viagem. Assim, chegado o fim do trabalho na sexta, fui a casa arrumar a trouxa e pus-me a caminho de Birmingham. Pelo meio confirmei o do tempo de viagem no Viamichelin: 2h15m (atentem a este pormenor porque é importante). De facto, depois de todas as experiências negativas que já me proporcionaram, tenho que dizer que as estradas britânicas são definitivamente o meu inimigo número 1 por estas bandas. Uma vez que o avião só chegava às 23h e ainda tinha que esperar pelo desembarque, malas, etc, saí de casa descansadamente às 20h, hora em habitualmente já não se vê um carro nas estradas porque como se sabe os ingleses começam a noite muito mais cedo do que nós. Enfim, percorri cerca de metade do caminho tranquilamente em auto-estrada quando de repente…sou forçado a parar. Espero 10min: nada. Espero mais 20min: nada. Já esperneava, bufava, esbracejava, saia e entrava do carro e uma hora depois: nada, não tinha avançado nem um metro! Os ingleses esses continuavam impávidos e serenos dentro dos veículos. Uns estacionam mesmo o carro na berma e ali ficavam à espera não sei bem do quê. Eu que até então tinha todo o tempo do mundo começava a ficar nervoso por não poder ir buscar os meus pais ao aeroporto. Entretanto o cenário piorava consideravelmente. O ponteiro da gasolina estava praticamente na reserva, a bateria do telefone estava também nas últimas e não tinha sequer saldo para ligar. Depois de sintonizar o rádio de estação em estação consigo finalmente perceber o que se passa: as chuvas dos últimos dias alagaram por completo aquela auto-estrada e praticamente todas as estradas nas redondezas. Ouço relatos de pânico de pessoas que de repente viram os seus carros a flutuar em plena estrada ou pior, a avariarem devido ao contacto da água com o motor. As notícias eram cada vez menos animadoras. O locutor avisava todos os que se encontravam perto de Oxford: mais vale encostar o carro na berma e dormir mesmo aí, “…you’re not getting anywhere today i’m afraid”. Eu estava pois claro incrédulo com a minha pouca sorte. De todos os destinos possíveis, tinha logo que ter escolhido o mais afectado pelas cheias no Reino Unido. Esperei entretanto pelo telefonema do meu pai a quem rapidamente e nervosamente relatei a situação. Disse-lhes para irem ter ao hotel directamente poucos antes de ficar sem bateria. A chuva não parava! Estava escuro e não tinha agora forma de usar o telefone. Para piorar a coisa, começava a estar aflito para ir à casa de banho! No meio de tanto azar, uma luz! Milagre: os carros começaram a andar (algumas 3 horas depois). Não andaram muito é verdade mas foi o suficiente para me pirar por um desvio. Já com o computador ligado no colo (incrível mas é verdade), mapa numa mão, volante na outra e com o ouvido colado na rádio ia ouvindo: A34 está completamente bloqueada, M42 cortada na junção xpto, A41 inundada, A22 indundada, e por aí fora. As opções não eram muitas mas arrisquei! Não ia passar ali a noite. Estranhamente ou não, apenas um outro carro saiu do desvio, todos os outros preferiram continuar em fila…que se passa com esta gente meus Deus??? Completamente às escuras e por caminhos de cabra, ia fazendo o que podia. Dei mil e uma voltas, andei para trás e para o lado, para a frente e para trás novamente, mas passado uma hora e tal, dei de novo com a estrada principal mais à frente e já livre das cheias. Pude enfim reabastecer e aliviar a bexiga. Respirei fundo, comi qualquer coisa e pus-me de novo a caminho. Por estranho que possa parecer, sentia-me bem, sentia orgulho e sorria para mim mesmo enquanto continuava a ouvir na rádio que as estradas estavam cada vez piores e não havia esperança para ninguém…no meio de tanto pessimismo, o tuga safou-se mais uma vez. E às 2h30 da manhã, 6h30 depois lá estava eu a bater à porta do hotel. Nota máxima!

Depois deste testamento, sobra pouco espaço para falar do resto do fim-de-semana. De qualquer forma, aqui vai. Com os meus pais aproveitei para carimbar mais alguns destinos carismáticos aqui da terra numa viagem claramente de cariz cultural. Os pontos altos foram:

- BIRMINGHAM: impressiona pela sua grandiosidade e pela construção moderna e arrebatadora combinada com edifícios mais antigos. Em tamanho não deve nada a Londres. É já a 2ª cidade maior do Reino Unido…


- COVENTRY: o ex libris é a Catedral de arte moderna que inclui cruzes com Cristo estilizadas, mesas e bancos com design arrojados, pinturas contemporâneas, enfim uma decoração muito diferente do que estamos habituados. Ninguém fica indiferente, católicos ou não católicos. A nova catedral foi construída depois da velha, com quem convive lado a lado actualmente, ter sido parcialmente destruída durante a segunda grande guerra.


- STRATFORD-UPON-AVON: a terra natal de Shakespeare é uma das muitas vilazinhas típicas inglesas giríssimas com aquelas casas às riscas pretas e brancas (estilo Tudor) em tudo quanto é rua. No entanto, as chuvas que caíram deram-nos a conhecer a vila numa outra perspectiva. Com praticamente todos os museus, lojas, etc fechados devido à falta de pessoas, bem que podíamos ter alugado um barco para navegar entre as ruas desta pacata localidade.


- WARWICK CASTLE: esta era de todas as visitas a que mais expectativa me tinha criado. Um castelo medieval trazido de novo à vida com demonstrações de duelos com espadas, combates a cavalo, lançamento da catapulta (que não chegou a acontecer por causa da chuva) e muitas outras animações. Para a noite tínhamos reservado o “Kingmaker’s Feast” que é basicamente uma simulação de um jantar medieval, em que toda a gente vai vestida a rigor e onde não faltou música, truques de magia e muita muita comida…e boa!


- IRONBRIDGE GORGE: para quem não sabe (e aposto que ninguém sabe), esta pequena vila das midlands inglesas foi o berço da revolução industrial que mudou o mundo há cerca de 200 anos atrás. Foi daqui que saíram as primeiras peças de ferro forjado para construção e onde se iniciou a industria metalúrgica devido à grande quantidade de recursos naturais existentes na área. Foi também aqui que foi construída a primeira ponte de ferro do mundo que de resto dá o nome à cidade. A visita ao túnel onde de fazia a extracção de alcatrão foi uma pérola…


- LIVERPOOL: desiludiu um pouco confesso, estava à espera de uma cidade cheia de vida e muito muito grande. Não só é uma cidade relativamente pequena (pelos padrões de Londres pelo menos) como está neste momento a passar por um processo intenso de renovação para em 2008 ser a capital europeia da cultura. O melhor mesmo foi termos conhecido o local onde os Beatles iniciaram a carreira: o Cavern Club (ver clip de 30 seg em baixo), para regozijo dos meus pais. Não faltou também o carimbo da visita ao estádio do Liverpool FC.



Liverpool - The Cavern Club
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- MANCHESTER:
à semelhança de Liverpool, desiludiu pela pouca grandiosidade. Parecia uma Londres em miniatura e nem mesmo o London Eye deixaram de imitar. Não admira que a rivalidade norte-sul seja tanta. Estes gajos não podem ficar atrás nunca! Mas este ano lá tiverem no futebol a grande vingança: O estádio do Man Utd esse sim impressiona e muito. Tive pena que tivessem em digressão…estava à espera de encontrar o grande Cristiano e agradecer-lhe por ter tirado as madeixas louras, brincos e ter arranjado os dentes. Obrigado RONALDO ;)

Friday, July 20, 2007

Weekend @ Kent e algumas peripécias dignas de registo...

Estive a debruçar-me sobre a temática do fim-de-semana perfeito, tomando como exemplo os meus weekends no reino unido e obtive resultados interessantes: podem ter doses excessivas de animação, praia, cultura, etc mas se não tiverem uma ou outra peripécia pelo meio, não chegam ao topo do ranking. Assim conclui que a receita para o fim-de-semana perfeito (e por sinal o retrato do último fim-de-semana passado em Kent) é:

- juntar disponibilidade com intenção de passar um período agradável
- acrescentar 3 ou 4 amigos com o mesmo propósito
- adicionar ainda 2 mãos cheias de actividades culturais
- regar com uma boa noitada e copos
- deixar marinar ao sol numa praia perto de si
- adicionar uma pitada de boa disposição
- Finalmente deitar 1 colher de sopa de peripécias fora do comum (cereja em cima do bolo)
Et voilá, bon apetit ;)

A ideia por detrás da minha ida a Kent (condado) era ir ter com os Contactos ali colocados e obviamente conhecer a costa sudeste britânica. A primeira grande aventura aconteceu na viagem de ida. As estradas aqui no UK são geridas por uma associação chamada AA que ao contrário da sua homónima portuguesa (Brisa), não cobra nada pela utilização das mesmas, salvo raras excepções. Até aqui tudo bem, óptimas noticias! Mas o que também não faz, é responsabilizar-se pela merda (pardon my french) que é deixada no alcatrão. Parece-me lógico, já que não cobra nada pela utilização das estradas. Mas como não poderia deixar de ser, o azar vem sempre bater à porta do tuga sotoniano que tem a mania que é o Cristóvão Colombo dos tempos modernos. Assim foi, conduzia eu o auTBMobile, que tem estado impecável diga-se de passagem, pelas estradas de Kent perto do destino final, quando um outro carro cospe uma peça de metal de proporções significativas na minha direcção. A proximidade de um terceiro veículo, tornou impossível qualquer desvio in extremis sem que me despistasse. Por isso tentei alinhar o carro no meio (em fracções de segundo) e passar por cima. Naquele preciso instante ouvi o pneu dianteiro esquerdo rebentar violentamente e perdi parcialmente o controlo do carro. Não fosse o grande treino obtido na tugolândia em condução defensiva e o resultado podia ter sido catastrófico. Sem faixa de emergência, vi-me forçado a andar com o carro a 5km\hora com o pneu completamente vazado, até chegar a um local onde pudesse parar com segurança. Pelo caminho ainda vi uma carrinha de assistência técnica fazer sinais de luzes e parar (pensando eu que me ia ajudar) só para me dizer que não podia estar ali parado! Duh, a sério? Não, é que eu faço questão de estar no meio da estrada parado! Ainda tentei pedir ajuda numa bomba de gasolina mas decididamente que a entreajuda (sobretudo aos estranjas) não é um forte deste povo. Enfim, tudo bem, pensei que ia ter que pagar um balúrdio para chamar o reboque mas acabei por dar conta do recado sozinho. Surpreendentemente troquei o pneu quase de forma intuitiva e fiz-me de novo à estrada. Do impacto resultou ainda o desprendimento de uma placa debaixo do carro, que fazia um barulho horrível cada vez que roçava no chão.

Enfim, lá cheguei a Ramsgate, onde moram o GM e PR (chama-lhes parvos, afinal apesar de trabalharem na santa terrinha, resolveram morar a 30 min do emprego mas ao pé da praia) e sem mais demoras fomos experimentar a noite daquela pacata localidade. Mais uma noite fora de Southampton e mais uma prova do que a minha cidade é o maior buraco deste grande país que dá pelo nome de Reino Unido. No dia seguinte, com o Verão finalmente a dar algum ar da sua graça por estes lados, fiquei a conhecer Ramsgate e Sandwich onde fica a Pfizer que emprega ambos os meus anfitriões. Fiquei a saber que trabalha mais gente na Pfizer (5 mil macacos) do que tem a vila de Sandwich como habitantes. De resto e para os mais curiosos que indagam o porquê de haver um sitio com tal nome, devo dizer que foi este o local que deu origem à vulgar designação “sanduíche” a este formato de refeição e não o contrário. Foi ali que há uma porrada de anos atrás, um tal conde de Sandwich viciado no jogo, e farto de perder tempo com as refeições (que naquela altura eram bem mais pesadas e demoradas) resolveu pedir aos criados para lhe passarem a trazer para a mesa do jogo a carne entre duas fatias de pão para minimizar o tempo perdido. Nascia assim a Sandwich, por causa do conde de Sandwich, ou em bom português: sanduíche, sandes ou sandocha. Curiosidades à parte, seguimos depois viagem para Dover, mais conhecido pelos “white cliffs” e por ser o ponto mais perto de França e por onde naturalmente se faziam todas as ligações via mar para o resto da Europa nos tempos antigos e hoje ainda. Ali aconteceu mais uma grande peripécia. Para satisfazer um capricho meu (que raio de capricho fui arranjar) decidimos ir conhecer o “Eurotunnel”, o famoso túnel que liga França à ilha britânica. O GM ainda fez um reparo inteligente alertando que e passo a citar “Ouve lá, cuidado para não te meteres no túnel porque ali não deve dar para fazer inversão de marcha e só paras em França!”. Ao que eu na minha extrema sabedoria retorqui “Relaxa companheiro, só os comboios atravessam o túnel, os carros têm que comprar bilhete e vão em cima do comboio pelo que tem que haver um sítio onde possam parar pelo meio”. Ok, fomos seguindo as placas e quando demos por nós: WELCOME TO THE EUROTUNNEL lolol, epah meti o rabinho entre as pernas, parei o carro à patrão perto das portagens e lá fui destemido: “Ah e tal, somos estranjas, não fazíamos ideia para onde estávamos a ir…oh chefe não pode fazer aí um jeitinho e deixar-nos dar meia-volta?” Lolol, lá nos deram um “bilhete” para atravessarmos a portagem e explicaram como podíamos regressar, mas não ganhamos para o susto lolol…Finalmente acabámos a excursão do dia em Canterbuy famoso pela sua majestosa catedral onde GM e PM tinham um barbecue ao qual eu naturalmente me colei. O que estas festas privadas têm de melhor é nos oferecem a possibilidade de apanhar uma tosga de caixão à cova económica, algo impossível de realizar em qualquer disco ou pub do Reino Unido. E esta festa não fugiu à regra. Depois de bem aviadinhos fomos então sim assimilar a noite de Canterbury (puta madre de noite!!). No fim, sem hipóteses de pegar no carro depois de tamanho aviamento, “crachámos” em casa do amigo do barbecue…bem, que figuras…enfim depois de 3-4 horas mal dormidas num cadeirão da sala, lá nos pusemos a caminho de Ramsgate novamente. O GM foi trabalhar Sábado e Domingo com apenas umas horinhas dormidas e uma piela jeitosa: Ah Valente! Domingo deu para conhecer outras praias perto de Ramsgate como Broadstairs e Margate, para dar o segundo mergulho oficial no mar desde que cheguei a terras de sua majestade e para ficar a conhecer as novas tendências da colecção primavera-verão “importadas” pelo PR, lol :p

No rescaldo destes dois dias, tenho que dizer que este foi mais um fim-de-semana “TOP” (expressão à moda do Porto) e que me valeu uma ida à oficina para afinar o auTBMobile. Não deixando os meus créditos por mãos alheias, consegui um pneu novo, um arranjo da placa solta e uma lavagenzinha por mais uma pechincha. Quem sabe, sabe! E o tuga é que sabe ehehe!

A já habitual reportagem fotográfica segue em baixo...

Desmistificando o dogma inglês: Praia de Ramsgate

Desmistificando o dogma inglês: Praia de Broadstairs

Desmistificando o dogma inglês: Praia de Margate

Dover - "White Cliffs"

Dover - Marina e Castelo ao fundo

Uma luz ao fundo do túnel ;)

Canterbury...


...e ainda Canterbury...

lolol, muito bom :)

Sem comentários :p

An amazing country, my country

This post is to all my new foreign friends that don't understand Portuguese and have heard me speak amazing things about an amazing country, my country, PORTUGAL. Now, besides words, you can actually see some beautiful and astonishing images from my motherland. I’m proud to present you a short promotional video about PORTUGAL…GO DEEPER

Friday, July 13, 2007

Buddies Reunited PART II

Isto de conciliar programas com os nossos amigos que nos vêem visitar, enquanto se está a trabalhar durante a semana, tem que se lhe diga. Combinámos que eles andariam por ai a passear pelo sul de Inglaterra com carro alugado e que viriam sair à noite e dormir a Southampton sempre que quisessem. Assim foi. Durante estas passeatas os três cavalheiros aprenderam a jogar golfe e tomaram-lhe mesmo o gosto, de tal forma que quiserem repetir a dose e tiveram umas quantas aventuras tanto quanto sei no que ao alojamento diz respeito. Ficaram também a conhecer a noite de Southampton e o que de melhor ela tem para oferecer, isto é, NADA! Mas como sempre digo, quem faz a noite são as pessoas que nos rodeiam, os nossos amigos, e não a música ou o ambiente. Se bem que estes dois últimos ingredientes sempre ajudam à festa. Por aquilo que já constatei (tirando Londres) nem a música nem o ambiente chegam aos padrões mínimos aceitáveis aqui no Reino Unido. A qualquer lado que vá levo com matulões e matulonas dançando desingonçadamente atirando as pernas e os braços para o ar como se tivessem a ter um ataque de epilepsia. Não quero ser mauzinho, até porque nem todos são assim, mas apanho com cada cromo a dançar que até faz dó. E depois é vê-los espetarem os cotovelos nas costas do sujeito do lado, pisarem tudo e todos, andarem aos encontrões como se tivessem a fugir de uma manada de touros enraivecidos. Se não dançar pelo menos a 2 metros de distância destes cromos, arrisco-me a sair de lá massacrado, isto claro, se alguém não se lembrar entretanto de começar uma rixa, nesse caso as consequências poderão ainda mais nefastas, como por exemplo ser esfaqueado. Ah, e não estou apenas a falar dos gajos, as gajas aqui são tão agressivas quantos os seus pares do sexo masculino. Levam tudo a frente e não se coíbem de passar a mão no traseiro ou peito de um desconhecido como cartão de visita. Mas isso já saberão aqueles que passaram pelo menos um verão nos bares da Oura no Algarve e afins. E a música? Que falta de imaginação e de jeito! É praticamente assegurado que vou ouvir a mesma música em vários bares no mesmo dia, quando não a ouço no mesmo bar e na mesma noite. Não fossem os DJS serem péssimos e notarem-se pela negativa a cada passagem de música, eu diria que todos os bares aqui em Soton utilizariam as mesmas compilações a tocar todos os dias, a toda a hora. Bom, mas voltando à vaca fria. As noites foram muito bem passadas acima de tudo pela companhia, o resto é paisagem. Ainda pudemos festejar os anos do noso buddy HD, apreciar um verdadeiro barbecue britânico sem um único inglês e fazer uma excursão pela magnífica “Isle of Wight”, uma espécie de “Açores” aqui do sítio com a diferença que fica a 30min de ferry do continente, ou melhor da ilha-mãe. Uma referência especial para as 3 meninas que nos acompanharam nesta jornada: 5 estrelas. Aqui ficam algumas fotos desde a saída de Porstmouth com a Spinnaker tower em destaque...




De resto não posso deixar de referir um episódio paranormal que ocorreu na noite de quinta para sexta enquanto jantávamos em minha casa. Antes de prosseguir, é imperativo fazer ainda um flashback (…) Um dia destes enquanto regressava a casa com um amigo fui surpreendido pelo olhar dele pregado e assustado. Perguntei o que se passava e ele limitou-se a apontar para janela de uma casa vizinha. Ao olhar, vi uma miúda de cabelos compridos à janela que podia perfeitamente ser uma miúda normalissima, não fosse o simples facto de serem 2 das manhã, as ruas estarem praticamente desertas e as luzes de casa dela estarem apagadas. Bem, virei as costas e procurei não pensar na personagem tirada de um filme de terror com a qual me tinha deparado (…) Voltando à quinta-feira em causa, uma semana depois deste primeiro incidente, estacionei o carro na rua da minha casa mas um pouco atrás, precisamente à frente da casa onde tinha avistado a tal miuda à janela uma semana antes. Até aqui tudo bem, saímos os 4 do carro com as compras na mão e uma vez que tinha deixado o carro demasiado encostado à entrada da garagem desta casa (este pormenor é importante) voltei a entrar no carro para o chegar mais para a frente. Duas a três horas depois, já de barriga cheia voltámos para o carro para irmos beber um copo. (sinto os pelos a eriçarem-se enquanto escrevo este parágrafo). Ao chegar ao carro, abri-o normalmente, antes de começar a ouvir os meus amigos explicarem que aquele não era o meu carro porque esse estava estacionado no lugar detrás. É evidente que eu melhor que ninguém, sei reconhecer o meu auTBMobile purple ainda que na penumbra. Mas numa coisa eles tinham razão…o carro tinha ficado estacionado exactamente um lugar atrás. E estava trancado, de janelas fechadas e com o travão puxado. Os 4 tinhamos a certeza que o tinhamos deixado exactamente um lugar atrás, colado à entrada da garagem. Procurámos marcas ou qualquer outro sinal exterior que pudesse indiciar que o carro teria sido empurrado para a frente mas não encontrámos nada…assustador? Isto são os factos, a interpretação deixo-a ao vosso critério. Não me considero supersticioso ou vulnerável a este tipo de ocorrências, mas confesso que esta me deixou intrigado. Por vias das dúvidas agora estaciono o carro bem longe dali…

Thursday, July 5, 2007

Buddies Reunited

As visitas, sobretudo a esta distância, são para mim sinal inequívoco de amizade e afecto. Ter os meus 3 “buddies” em simultâneo por terras de sua majestade e logo durante 10 dias é lisonjeador e ao mesmo tempo um forrobodó do caraças!

A primeira etapa desta “reunião” aconteceu em Londres na sexta-feira. O ponto de encontro escolhido foi a Youth Hostel de St. Pauls (ao lado da Catedral) onde iríamos pernoitar. Para mim começou mal, porque estive hora e meia à procura de lugar para o carro que purisimplesmente não existe por aquelas bandas. Não é que estivessem ocupados, NÃO EXISTEM MESMO. Acabei por estacionar mal o carro à porta da pousada com um bilhetinho para o caso de estar a estorvar lolol, mesmo à Tuga. Cada um chegou por vias diferentes mas o grupo dos 4 maravilha acabou por ficar completo por volta da meia-noite. A essa hora a noite aqui já vai longa por isso decidimos sem mais demoras ir até ao FABRIC que era, das discotecas que já tínhamos ouvido falar, a mais perto. Bem, a primeira grande peripécia dessa noite começou logo aí com esse percurso. Com ameaças de bomba um pouco por todo o lado e mudança de estratégia por parte dos radicais para os alvos de animação nocturna, a policia não tardou em bloquear algumas ruas, levando a que tivéssemos que fazer uma gincana para chegar até ao destino pretendido: FABRIC. Atentem que raramente refiro o nome de uma discoteca, mas isso por si só não abona nada a favor desta. Se não disse nada em relação às outras é porque considerei que foram normais ou até excepcionais mas para mencionar alguma é porque alguma coisa correu incrivelmente mal. O primeiro indício de esta noite não ia correr bem, foi a fila que dava a volta ao quarteirão e a tenra idade dos bifes que mais pareciam fazer parte dos candidatos a uma qualquer equipa de sub-14. Resolvermos então fazer tempo noutro bar antes de voltarmos à carga. Estranhamente, passado 1 hora a fila não tinha andado um único metro. Determinados, fomos até à porta perguntar qual o tempo normal de espera ao que nos disseram 3 horas. Foi então que eu na minha inocência e com o meu sorriso mais sincero e cortês ripostei: "3 horas? Está a brincar connosco né, vá diga lá :)”. Eis que furiosamente a mulher, que parecia mais um personagem saída do filme dos Piratas das Caraíbas, responde: “SIM, 3 HORAS! NÃO GOSTAS? PÕE-TE A ANDAR!!!” Calma, não é preciso ser rude. O que eu queria mesmo era entrar, pelo que respirei fundo e perguntei se não havia nenhuma porta VIP onde se pudesse pagar mais mas não esperar na fila. Nesse momento fez-se click e os olhos da senhora cintilaram com cifrões. A solução foi imediata: “Cada um de vocês passa para cá 10 libras (40 no total) e não se fala mais nisso, ah mas têm que ser discretos para o meu chefe não ver”. Ok, menos mau, pensámos. Então, que nem uns contrabandistas, passámos-lhe para a mão de forma dissimulada o dito “suborno” apenas para assistirmos na fila da frente a uma cena de pugilato entre seguranças e clientes. Isto não agoirava nada de bom. Com toda a confusão que se gerou, e mesmo depois de termos efectuado o pagamento por fora, ainda esperámos mais uma hora para entrar. Quando finalmente demos por nós dentro do FABRIC, isto depois de termos deixado mais 12 libras à porta (sem bebidas claro), constatámos que o ambiente era meio underground. À medida que nos íamos aproximando das várias pistas, percebemos que estávamos um pouco deslocados. Por azar ou não, também não interessa agora, os DJ’s daquela noite em particular estavam a passar um som completamente bizarro e agressivo. Eu até aprecio house e techno mas aquilo era outra coisa qualquer. Melhor do que descrever é dar-vos a oportunidade de ouvirem por vocês próprios, se é que conseguem ouvir alguma coisa no meio de tanto barulho.


FABRIC
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Entretanto, o fumo que dava um ambiente de “rave” era tanto que não conseguíamos ver mais do que 1 metro à nossa frente. Mesmo assim, procuramos furar por entre os “chavs” (ver referência no POST de Mini-Dicionário Slang) londrinos, atravessar todas as pistas de dança à procura de algo com o qual no identificássemos, mas rapidamente concluímos que a menos que fossemos mandar umas “pastilhas” pela boca abaixo, nunca iríamos entrar verdadeiramente na “onda”. Assim, e depois de um tour pelas catacumbas do FABRIC voltámos à rua, onde tínhamos estado 45min antes. Regressámos ao Hostel, onde o auTBMobile jazia agora completamente só, para completar a ultima tarefa do dia (noite): estacionar o carro! Mais 30minutos de voltas aos quarteirões que rodeavam a St. Pauls e mais uma busca se revelou infrutífera. Finalmente decidi levar o carro até Victoria station (10km de distância) para dali apanhamos o metro novamente para St. Pauls…enfim, às 7 da manhã estava a aconchegar a cabeça na almofada de betão da pousada. Zzzz zzz zz

NOTA: Depois deste longo texto de descasca ao FABRIC e para não pensarem que a noite londrina não presta (muito pelo contrário), achei por bem referir os nomes dos spots mais “in”: PACHÁ LONDON, PANGEA, MOVIDA E SILVER. Pronto, foi feita justiça ;)

No dia seguinte fomos surpreendidos por um aparato enorme à saída da Hostel e à volta da Catedral de St. Pauls. Estruturas colossais, câmaras de filmar, mesas de edição de vídeo, inúmeros membros de staff e figurantes, carros parados, etc transformaram rapidamente aquela praça num cenário Hollywoodesco. A mega produção incluía por exemplo um holofote gigante num guindaste a 70 metros de altura como um “sol” artificial para iluminar a encenação, já que o dia estava muito cinzento (ah pois é, estamos em Londres). Segundo os meus buddies, os meus olhos brilhavam de contentamento e tal como uma criança que vai ao circo ou está pregada na TV a ver o Noddy, devorava cada ocorrência com uma enorme satisfação. As ruas estavam pejadas de turistas curiosos que esperavam minutos a fio, bem como os actores e figurantes, para ouvir a palavra: “ACTION”. A cena em causa envolvia cerca de 200 padres vestidos com batinas pretas à porta da Catedral, enquanto um Mercedes cinzento metalizado com os vidros estilhaçados e buracos de bala era perseguido por um táxi londrino e perfurava o mar de sotainas furiosamente.

Terão a oportunidade de ver esta cena editada no final do ano no grande écran aquando da estreia da sequela do National Treasure com o Nicolas Cage. Aqui um buggie com uma câmara de filmar faz de Mercedes e mostra a perseguição na perspectiva do carro.


National Treasure 2 Filming in St. Pauls (London)
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A seguir fomos picar o ponto aos locais turísticos mais óbvios, eis quando senão, damos por nós rodeados de anjinhos cor-de-rosa, diabinhos tatuados, indivíduos com calças de cabedal apertadinhas e muito “amor” para dar e vender. À medida que nos aproximamos de Trafalgar Square e lemos uma faixa gigante, percebemos o que se passa: LONDON GAY PRIDE 2007. E que orgulho! Nem a chuva os demovia, e era vê-los aos pulos, abraços, beijos e sabe-se lá mais o quê. Uma coisa é certa, conseguiram colorir a cidade de rosa (uma homenagem aos novos equipamentos do SLB quiçá) e arrastaram multidões…


A passeata terminou à hora de jantar no Bella Italia onde trabalha o grande JN que nos proporcionou um belo repasto e desconto eheh. À noite, decidimos evitar surpresas desagradáveis e fomos até ao PANGEA: 5 estrelas como sempre ;)

Domingo foi um dia mais normal (leia-se, com menos peripécias). Continuámos a fazer o roteiro turístico desta feita à beira do Thames tranquilamente. A única situação que interrompeu a nossa tranquilidade foi mesmo uma colisão frontal entre um pombo desgovernado e eu e o VP. Pelo caminho demos ainda de caras com a tropa imperial (STAR WARS) que procurava rebeldes escondidos entre os turistas (ver foto em baixo). Em boa hora deixei o meu "light saber" em casa, caso contrário teria sido descoberto eheh....

No fecho do fim-de-semana em Londres fomos todos “voar” no London Eye à paleta graças à IC (OBRIGADO!) antes de nos pormos novamente a caminho de Southampton, onde eu ainda pude exibir os meu dotes de culinária na casa da minha nova amiga TUGA.

Entretanto o quarteto maravilha ainda está por cá até Domingo que vem por isso não faltarão mais histórias para contar até lá...