Thursday, July 5, 2007

Buddies Reunited

As visitas, sobretudo a esta distância, são para mim sinal inequívoco de amizade e afecto. Ter os meus 3 “buddies” em simultâneo por terras de sua majestade e logo durante 10 dias é lisonjeador e ao mesmo tempo um forrobodó do caraças!

A primeira etapa desta “reunião” aconteceu em Londres na sexta-feira. O ponto de encontro escolhido foi a Youth Hostel de St. Pauls (ao lado da Catedral) onde iríamos pernoitar. Para mim começou mal, porque estive hora e meia à procura de lugar para o carro que purisimplesmente não existe por aquelas bandas. Não é que estivessem ocupados, NÃO EXISTEM MESMO. Acabei por estacionar mal o carro à porta da pousada com um bilhetinho para o caso de estar a estorvar lolol, mesmo à Tuga. Cada um chegou por vias diferentes mas o grupo dos 4 maravilha acabou por ficar completo por volta da meia-noite. A essa hora a noite aqui já vai longa por isso decidimos sem mais demoras ir até ao FABRIC que era, das discotecas que já tínhamos ouvido falar, a mais perto. Bem, a primeira grande peripécia dessa noite começou logo aí com esse percurso. Com ameaças de bomba um pouco por todo o lado e mudança de estratégia por parte dos radicais para os alvos de animação nocturna, a policia não tardou em bloquear algumas ruas, levando a que tivéssemos que fazer uma gincana para chegar até ao destino pretendido: FABRIC. Atentem que raramente refiro o nome de uma discoteca, mas isso por si só não abona nada a favor desta. Se não disse nada em relação às outras é porque considerei que foram normais ou até excepcionais mas para mencionar alguma é porque alguma coisa correu incrivelmente mal. O primeiro indício de esta noite não ia correr bem, foi a fila que dava a volta ao quarteirão e a tenra idade dos bifes que mais pareciam fazer parte dos candidatos a uma qualquer equipa de sub-14. Resolvermos então fazer tempo noutro bar antes de voltarmos à carga. Estranhamente, passado 1 hora a fila não tinha andado um único metro. Determinados, fomos até à porta perguntar qual o tempo normal de espera ao que nos disseram 3 horas. Foi então que eu na minha inocência e com o meu sorriso mais sincero e cortês ripostei: "3 horas? Está a brincar connosco né, vá diga lá :)”. Eis que furiosamente a mulher, que parecia mais um personagem saída do filme dos Piratas das Caraíbas, responde: “SIM, 3 HORAS! NÃO GOSTAS? PÕE-TE A ANDAR!!!” Calma, não é preciso ser rude. O que eu queria mesmo era entrar, pelo que respirei fundo e perguntei se não havia nenhuma porta VIP onde se pudesse pagar mais mas não esperar na fila. Nesse momento fez-se click e os olhos da senhora cintilaram com cifrões. A solução foi imediata: “Cada um de vocês passa para cá 10 libras (40 no total) e não se fala mais nisso, ah mas têm que ser discretos para o meu chefe não ver”. Ok, menos mau, pensámos. Então, que nem uns contrabandistas, passámos-lhe para a mão de forma dissimulada o dito “suborno” apenas para assistirmos na fila da frente a uma cena de pugilato entre seguranças e clientes. Isto não agoirava nada de bom. Com toda a confusão que se gerou, e mesmo depois de termos efectuado o pagamento por fora, ainda esperámos mais uma hora para entrar. Quando finalmente demos por nós dentro do FABRIC, isto depois de termos deixado mais 12 libras à porta (sem bebidas claro), constatámos que o ambiente era meio underground. À medida que nos íamos aproximando das várias pistas, percebemos que estávamos um pouco deslocados. Por azar ou não, também não interessa agora, os DJ’s daquela noite em particular estavam a passar um som completamente bizarro e agressivo. Eu até aprecio house e techno mas aquilo era outra coisa qualquer. Melhor do que descrever é dar-vos a oportunidade de ouvirem por vocês próprios, se é que conseguem ouvir alguma coisa no meio de tanto barulho.


FABRIC
Uploaded by davidtbm

Entretanto, o fumo que dava um ambiente de “rave” era tanto que não conseguíamos ver mais do que 1 metro à nossa frente. Mesmo assim, procuramos furar por entre os “chavs” (ver referência no POST de Mini-Dicionário Slang) londrinos, atravessar todas as pistas de dança à procura de algo com o qual no identificássemos, mas rapidamente concluímos que a menos que fossemos mandar umas “pastilhas” pela boca abaixo, nunca iríamos entrar verdadeiramente na “onda”. Assim, e depois de um tour pelas catacumbas do FABRIC voltámos à rua, onde tínhamos estado 45min antes. Regressámos ao Hostel, onde o auTBMobile jazia agora completamente só, para completar a ultima tarefa do dia (noite): estacionar o carro! Mais 30minutos de voltas aos quarteirões que rodeavam a St. Pauls e mais uma busca se revelou infrutífera. Finalmente decidi levar o carro até Victoria station (10km de distância) para dali apanhamos o metro novamente para St. Pauls…enfim, às 7 da manhã estava a aconchegar a cabeça na almofada de betão da pousada. Zzzz zzz zz

NOTA: Depois deste longo texto de descasca ao FABRIC e para não pensarem que a noite londrina não presta (muito pelo contrário), achei por bem referir os nomes dos spots mais “in”: PACHÁ LONDON, PANGEA, MOVIDA E SILVER. Pronto, foi feita justiça ;)

No dia seguinte fomos surpreendidos por um aparato enorme à saída da Hostel e à volta da Catedral de St. Pauls. Estruturas colossais, câmaras de filmar, mesas de edição de vídeo, inúmeros membros de staff e figurantes, carros parados, etc transformaram rapidamente aquela praça num cenário Hollywoodesco. A mega produção incluía por exemplo um holofote gigante num guindaste a 70 metros de altura como um “sol” artificial para iluminar a encenação, já que o dia estava muito cinzento (ah pois é, estamos em Londres). Segundo os meus buddies, os meus olhos brilhavam de contentamento e tal como uma criança que vai ao circo ou está pregada na TV a ver o Noddy, devorava cada ocorrência com uma enorme satisfação. As ruas estavam pejadas de turistas curiosos que esperavam minutos a fio, bem como os actores e figurantes, para ouvir a palavra: “ACTION”. A cena em causa envolvia cerca de 200 padres vestidos com batinas pretas à porta da Catedral, enquanto um Mercedes cinzento metalizado com os vidros estilhaçados e buracos de bala era perseguido por um táxi londrino e perfurava o mar de sotainas furiosamente.

Terão a oportunidade de ver esta cena editada no final do ano no grande écran aquando da estreia da sequela do National Treasure com o Nicolas Cage. Aqui um buggie com uma câmara de filmar faz de Mercedes e mostra a perseguição na perspectiva do carro.


National Treasure 2 Filming in St. Pauls (London)
Uploaded by davidtbm

A seguir fomos picar o ponto aos locais turísticos mais óbvios, eis quando senão, damos por nós rodeados de anjinhos cor-de-rosa, diabinhos tatuados, indivíduos com calças de cabedal apertadinhas e muito “amor” para dar e vender. À medida que nos aproximamos de Trafalgar Square e lemos uma faixa gigante, percebemos o que se passa: LONDON GAY PRIDE 2007. E que orgulho! Nem a chuva os demovia, e era vê-los aos pulos, abraços, beijos e sabe-se lá mais o quê. Uma coisa é certa, conseguiram colorir a cidade de rosa (uma homenagem aos novos equipamentos do SLB quiçá) e arrastaram multidões…


A passeata terminou à hora de jantar no Bella Italia onde trabalha o grande JN que nos proporcionou um belo repasto e desconto eheh. À noite, decidimos evitar surpresas desagradáveis e fomos até ao PANGEA: 5 estrelas como sempre ;)

Domingo foi um dia mais normal (leia-se, com menos peripécias). Continuámos a fazer o roteiro turístico desta feita à beira do Thames tranquilamente. A única situação que interrompeu a nossa tranquilidade foi mesmo uma colisão frontal entre um pombo desgovernado e eu e o VP. Pelo caminho demos ainda de caras com a tropa imperial (STAR WARS) que procurava rebeldes escondidos entre os turistas (ver foto em baixo). Em boa hora deixei o meu "light saber" em casa, caso contrário teria sido descoberto eheh....

No fecho do fim-de-semana em Londres fomos todos “voar” no London Eye à paleta graças à IC (OBRIGADO!) antes de nos pormos novamente a caminho de Southampton, onde eu ainda pude exibir os meu dotes de culinária na casa da minha nova amiga TUGA.

Entretanto o quarteto maravilha ainda está por cá até Domingo que vem por isso não faltarão mais histórias para contar até lá...