Saturday, December 1, 2007

Epílogo

Regressei a Portugal há 3 semanas, tempo suficiente para perceber, agora melhor do que nunca, o que vai bem e o que vai mal, sobretudo quando comparado com a realidade de lá fora…

Tenho que dizer que gosto ainda mais agora do meus país do que há 9 meses quando o deixei rumo à velha Albion. Pouco ou nada mudou é verdade, mas depois da experiência noutro país comecei a dar mais valor a tudo o que por cá se faz e às pequenas coisas que ocorrem no dia-a-dia sem que nos apercebamos. A família, os amigos, a boa mesa, o sol, as pessoas, os bons costumes, etc. são motivos mais do que suficientes para me deixar muito feliz por este regresso a Portugal, ainda que naturalmente já tenha presenciado algumas situações menos positivas. Sem querer parecer paternalista ou moralista, gostava de indicar três factores me deixaram arreliado neste retorno: a condução, a noite e sobretudo, a mentalidade portuguesa.

A disparidade que salta imediatamente à vista assim que se chega a Portugal é a condução. Não que a condução em Inglaterra fosse perfeita, longe disso, era calma, se calhar demasiado calma resultando por vezes nalguma inércia dos condutores, mas pelo menos as pessoas eram corteses. Basta ver que os sinais dos “máximos” no Reino são feitos na maioria dos casos para deixar o outro passar à frente. Por cá a utilização dos máximos, a buzina, ou as palavras insultuosas são naturalmente sinónimos de protesto, algo em que o português é fértil. Infelizmente a maioria dos condutores nacionais são, e perdoem-me por dizê-lo, autênticas cavalgaduras! A condução por terras lusas é agressiva e provocadora, e apenas agora os (benditos) radares parecem minimizar os excessos de velocidade, ainda que em breves trechos. Também não era nenhum santo neste capitulo é verdade, mas devo felizmente ter perdido alguns vícios porque fico doido com a falta de civismo e ambiente hostil que se vive hoje nas estradas portuguesas. Aqui a malta mete-se à bruta, não deixa passar ninguém, faz autênticas gincanas e razias, sempre ao dobro da velocidade permitida e no final do dia chega a casa (os que chegam) com um sentimento de satisfação por ao menos nalguma coisa terem “poder” e serem superiores a alguém. É triste, mas é assim. Como diria uma amiga “Relaxa senão não encaixa”…

A noite lusitana também tem o seu qb de comédia. Nos primeiros dias de saídas com amigos tive que voltar a cair na realidade de que os bares\discos só começam a encher lá para as 2-3h da manhã, quando em UK a essa a hora já os bifes andavam a vomitar-se na rua depois de terem sido escorraçados dos bares que há muito tinham encerrado. Mas cómicos cómicos são os nossos porteiros, mais uma vez sempre com aquele ar superior (e de parvo se me permitem dizer). Examinam-nos de cima a baixo, varrendo-nos com um olhar que é um misto de troça e arrogância, por acharem que têm o poder de nos barrar. Acabam por não o fazer, mas querem mostrar que podem se o quiserem. Ridículos!

Mas tanto isto como a condução tem precisamente a ver com a mentalidade que é a meu a ver uma das coisas urgentes a mudar no nosso país. Na realidade, é triste constatar que num país com tantas potencialidades e tantas coisas boas, as pessoas teimem em esmorecer e estar constantemente a queixar-se e a criticar tudo e todos. Neste caso concreto a comunicação social não sai isenta de culpas uma vez que em vez de contrariar o desânimo que impera por natureza acaba por contribuir para um ainda maior desalento entre a população. Seja na política, no desporto ou no dia a dia, a toada é sempre de crítica constante, mesmo quando as coisas estão a melhorar. Nunca se está satisfeito. É verdade que Portugal continua na cauda da Europa em muitos indicadores mas não é menos verdade que nos últimos anos se tem afirmado em várias áreas e dado mesmo cartas lá fora. Porque não falar sobre isso? Porquê puxar sempre para baixo? Porquê falar mal do governo se as estatísticas mostram que estamos melhor do que há 2-3 anos atrás? Porquê falar mal do Scolari se no futebol Portugal tem conseguido os melhores resultados de sempre na sua história sobre o seu comando? Porquê focar constantemente as desafortunas das pessoas, os casos casa-pia, os apitos dourados, e não se dar a nenhum destaque às empresas e empreendedores portugueses que são casos de sucesso lá fora em área tão distintas como novas tecnologias e moda, ou nos profissionais portugueses que um pouco por todo lado são promovidos e elogiados pelo seu trabalho? O mal de Portugal é o Português, com uma mentalidade pequenina, tacanha e mesquinha. Temos que nos deixar de ser tão pessimistas e negativos. Se a moral das tropas está em baixo não há como vencer a guerra, guerra aqui entendia no bom sentido claro. Vamos ser positivos e ter orgulho em ser portugueses!

(...)

De resto, cheguei ao término desta aventura. É com um profundo sentimento de melancolia que escrevo este derradeiro post. Durante os últimos 9 meses este BLOG foi sem dúvida a ferramenta de comunicação mais poderosa para vos dar a conhecer os episódios mais relevantes nesta jornada e alguma das reflexões que me iam na alma. Foram muitos os posts e muitas as horas perdidas a escrever, mas no final a satisfação fala mais alto. Na hora despedida quero agradecer a todas pessoas que tornaram este espaço no meu santuário visitando-o regularmente ou a título de curiosidade. Obrigado igualmente por todo o feedback enviado através dos comments ou e-mail. Não esperava tanta adesão e por isso fiquei como é óbvio muito sensibilizado. Infelizmente, este será de facto o ÚLTIMO post. A vida em Lisboa é como sabem bastante mais acelerada, os tempos livres são menores e as coisas para fazer infinitas. Assim, este será o ponto final nestas minhas dissertações, pelo menos para já. Se no futuro o “bichinho” do espírito emigra voltar a falar mais alto ou tiver um outro projecto que o justifique pois então criarei um novo blog “All Good in…”. Até lá, deixo-vos com um clip resumo desta longa e frutuosa viagem…

[IN ENGLISH]

Sadly this is in fact the last post that I’m writing. During the last 9 months I got to know many people with whom I became friends. That is the greatest gift that I’m taking home. It was a pleasure to be with all of you and experience so many different things. Thank you for you all your support and friendship. Don’t forget that my invitation still stands. You are more than welcome to visit me here in Lisbon and get to know a fantastic city where the land meets the sea and the sun shines all year round. I hope to see you soon. Click on the video bellow to see the highlights of my journey in the UK. Take care.


Aqui fica a lista completa de destinos visitados ao longo dos 9 meses por ordem cronológica\ This is the complete list of all the places visited in the last 9 months by chronological order:

- Bristol and Bath
- London (Chelsea vs Porto)
- London
- Dublin
- Stonehenge, Salisbury, Winchester, Windsor, Eton and Ascot
- Scotland (Loch Lomonds, Trossachs, Glen Coe, Glen Nevin, Dornie, Isle of Skye, Loch Ness, Inverness, Portknockie, Aberdeen, Stonehaven, Edimburgh, Sterling and Glasgow)
- Amsterdam
- Poole and Sandbanks
- Stockholm
- Paris and Normandy
- Brighton (Newton Faulkner Live)
- London and Cambridge (27th anniversary)
- York, Lake District, Hadrian's Wall, Newcastle, Durham and Middlesbrough.
- London (Dave Matthews Band Live)
- Cambridge
- London (Dia de Portugal)
- Lisbon (Rita's Wedding)
- London
- Portsmouth and Isle of Wight
- Ramsgate, Canterbury, Dover, Margate and Broadstairs
- Midlands (Birmingham, Coventry, Stratford-Upon-Avon, Warwick, Ironbridge Gorge), Liverpool and Manchester
- London
- Cornwall (Tintagel, Boscastle, Carnewas & Bedruthan Steps, Newquay, St Ives, Land’s End, Coverack, Lizard Point, St Michael’s Mount, Porthcurno, Falmouth and Truro)
- Christchurch, Bournemouth, Brighton and Arundel
- Amsterdam
- Dusseldorf, Essen (Love Parade) and Berlin
- Oxford, Cotswolds and Gloucester
- Wales (Cardiff, Swansea, Rhossili, Tenby, Snowdonia, Caernarfon and Conwy)
- Yeovil, Glastonbury, Lyme Regis, Weymouth, Isle of Portland and Lulworth Cove
- Madrid
- New Forest
- London (Goodbye)
- Nottingham, Leeds and Sherwood Forest
- Lisbon (Critical's Radical Weekend)

Obrigado! Thanks! Gracias! Merci! Dankeschoen! Danke je! Dekuji! Grazie! Arigato! Dziekuje! Tack! SEE YOU AROUND!!! :)

Friday, November 9, 2007

Leaving on a Jet Plane

The time has come to leave the UK. I am flying back home tomorrow. Meanwhile I just came back from the street after I dropped off the car and sorted out the last paperwork. As I was strolling down Southampton centre one last time I couldn’t help looking back at these 9 months. Suddenly my face lighted up with a big smile while everyone else on the street looked miserable, rushing from one place to another. The truth is, I’m leaving some good friends behind but I have the feeling of “Job done”. What I mean is that, not only did I succeed in professional terms, but I also met a lot of new people and travelled across the country from top to bottom. I can’t really imagine what more I could have done. And the friends that I made here won't stop being my friends just because they leave in different countries. For that, I am a happy man :)


Nothing seems more appropriate right now than to play you the song “Leaving on a jet plane” in its original version, so that it can be fully appreciated eheh. Enjoy ;)

“Cause I'm leaving on a jet planeI don't know when I'll be back again”



I will write one final post once I get settled in Portugal and make a videoclip will all the highlights from these last 9 months. Don’t hang up on this blog…not just yet…there is still ONE MORE POST TO COME!!!

See you soon, you big baboon ;)

Thursday, November 8, 2007

Musas em Southampton

Ao abandonar a cidade e o país que me albergou durante os últimos 9 meses, sinto um misto de emoções. Por um lado, uma satisfação extrema por regressar a casa e poder ver amigos e famelga, voltar a ter dias de sol e comer bem, mas por outro uma certa nostalgia e tristeza por deixar para trás novos amigos. Foram muitas as pessoas com quem me cruzei durante estes 9 meses e de que uma forma ou de outra marcaram a minha estadia no Reino, mas existem duas em particular que quero destacar: Vânia e Robertinha. Foi graças a elas que ganhei ânimo para fazer muitas das viagens e que não dei conta dos dias a passar. As provas de amizade foram inequívocas até mesmo na hora da partida. Por esse motivo tenho uma afeição enorme por estas "garotas" e trato-as carinhosamente por minhas “musas”. Deixo-lhes este tributo que é de resto muito merecido. OBRIGADO...

As minhas MUSAS...

As MUSAS e eu!

Wednesday, November 7, 2007

David’s Leaving Doo

Hey guys! I had a blast last Saturday ;)

Thanks for coming to my house. It was wicked to have all of you together to say farewell. The next party will be in my new house in Lisboa, P O R T U G A L ! ! ! Hope to see you there. Bye bye butterfly ;)

Tuesday, November 6, 2007

Golf is a sport for gentlemen

Na verdadeira acepção da palavra “Gentleman” significa homem de uma classe social mais elevada ou nascido entre a nobreza. Ora, tendo em conta esta dogmática mas ao mesmo tempo e se permitem, prepotente afirmação, eu diria que o golf não é desporto para mim. E provavelmente até digo bem, já que tive oportunidade de o experimentar num dos últimos eventos da minha empresa. É verdade que as cercas de 2 horas de treino não dão para tirar grandes conclusões acerca do meu futuro na modalidade mas o que é certo é que também não me pareceu ter a aptidão necessária para este jogo. Apesar de reconhecer o seu “status” e proficuidade na sociedade moderna não me vejo a aderir à modalidade, pelos menos para já, até porque as minhas características enquanto desportista são imcompatíveis com o golf. Afinal de que adianta ser veloz ou resistente num desporto onde se passa grande parte do tempo parado? Se entretanto resolverem mudar as regras e a pontuação for atribuída ao primeiro jogador que chegar à bola depois da tacada, eu estarei aqui para dizer "presente" e talvez então possa singrar ;) Até lá, vou pertencendo à “plebe” ainda que já possua conhecimentos que me permitiram subir alguns degraus na hierarquia social. Afinal fiquei a saber que existem 5 tipos de tacos diferentes (Woods, Irons, Wedges, Hybrid Woods e Putters), diferentes tamanhos consoante a inclinação e consequente altura que se quiser dar à bola e que o próprio taco tem 4 zonas com nomes distintos (shaft, grip, hosel e clubhead). Para que querem eles tanto nome? Só se for para filtrar a nata da nata pois um normal plebeu como eu não conseguirá decorar tanto palavreado para o mesmo instrumento, penso eu de que. A minha participação neste evento foi deste modo o mais próximo que tive de ser um “gentleman”...

Deixo-vos com um excerto do Robin Williams Live On Broadway sobre o mesmo tema…




Aproveitem e se quiserem dar mais umas risadas vejam os outros vídeos do Robin Williams, em particular o “French” e “Viagra”

Monday, November 5, 2007

Long live the…Ipod

Uma das coisas que mais me irritam nos dias que correm são as avarias dos aparelhos em geral, sejam televisões, telemóveis ou…ipods. Tipicamente o dito aparelho aguarda pelo fim da garantia, para “pifar” depois. É como se tivesse uma bomba relógio. Isto torna-se ainda mais irritante quando nos pedem uma barbaridade pelo arranjo, em alguns casos praticamente o mesmo valor do aparelho em si.
A minha indignação já vem de longe mas aumentou, quando não há muito tempo atrás, o meu querido ipod deixou este mundo. Sem qualquer aviso prévio ou carta de despedida, simples-mente pereceu. Nessa altura fiquei devastado. Pior do que ter que comprar um novo, foi a perda de 60GB de música e muito trabalho de organização. Levei-o imediatamente à APPLE para que mo pudessem reparar mas o veredicto não foi o mais favorável: o disco rígido tinha entrado em colapso e não havia como recuperar a informação. Então perguntei quanto custava um disco novo. A resposta foi concludente: “Um disco novo custa 130 libras (cerca de 185 euros)”. “E um ipod novo?” perguntei eu. “O de 30GB custa 135 libras e o de 60GB custa 170”. “Muito obrigado!” retorqui, enquanto abandonava a loja. Aborrecido, pus o ipod de lado durante algum tempo e decidi que teria que comprar um outro modelo. Mais tarde, por sorte, resolvi ainda ir pesquisar informação na net sobre como consertar o ipod mediante aqueles sintomas. Descobri então alguns sites interessantes, alguns dos quais indicavam que o problema poderia estar no mau contacto de um cabo de alimentação do disco rígido. Posto isto, concluí que teria que pôr mãos à obra e abrir a “menina dos meus olhos”, tarefa algo ingrata, já que conforme saberão, não existem parafusos ou ranhuras no ipod. Não obstante, quando me preparava para a delicada operação, e depois de duas semanas de inactividade, voltei a tentar ligá-lo…et voilá: ressuscitou!!! Que felicidade imensa! Acabo de poupar 185 euros e recuperei toda a minha biblioteca musical. Ainda pensei que fosse sol de pouca dura, mas isto já aconteceu há 2 meses e o ipod ainda continua a bombar. Por isso deixo-vos um conselho: se alguma vez o ipod vos falhar, mesmo com um prognóstico desfavorável por parte da APPLE, façam alguma pesquisa na net antes de lhe passarem definitivamente a certidão de óbito.

Wednesday, October 31, 2007

T minus 10 and counting...

A partir de hoje faltam 10 dias para o meu almejado regresso a Portugal. 10 é também o dia de chegada a terras lusas, 10 de Novembro para ser mais preciso. Comunicarei oportunamente o meu regresso e as razões para o mesmo por e-mail…até lá vou “gozar” o tempo que me falta ;) See ya all later!